A telinha segue firme e forte encantando multidões aos milhões. (Bússola/Reprodução)
Bússola
Publicado em 30 de julho de 2021 às 18h25.
Por Lucas Tavares
A morte de certas tecnologias sempre é anunciada quando outras mais avançadas surgem na vida das pessoas. Aconteceu com o jornal impresso quando o rádio se popularizou. E também com o rádio quando as TVs passaram a decorar as salas de estar mundo afora. E diz aí, quem nunca ouviu que a internet traria uma sentença de morte para os televisores? Assim como suas antecessoras, a telinha segue firme e forte encantando multidões aos milhões, agora com fortes aliados: o streaming e as redes sociais.
O fator pandemia fez crescer ainda mais um hábito bem brasileiro. Em 2020, o tempo à frente da TV cresceu, em média, 37 minutos por dia. Com isso, o tempo médio de exibição para os 204 milhões de brasileiros que possuem esse hábito subiu para 7 horas e 9 minutos (Kantar Ibope Media). Programas como Big Brother Brasil, A Fazenda (sem novidades até aqui), Vale a pena ver de novo, Jornal Nacional e Roda Viva, além de eventos como Oscar e Grammy Awards potencializaram esse aumento.
A TV, assim como as redes sociais, acaba se tornando um refúgio nesse cenário tão incerto. Não à toa, 38 dos 50 dias com maior audiência dos últimos 5 anos aconteceram em 2020. Essa tendência se confirma com as duas últimas edições do BBB, que bateram tantos recordes de audiência e votação. Somente em 2021, o reality contou com mais de 163 milhões de espectadores e 2 das 3 maiores votações da história do programa.
As redes também foram grandes companheiras de quem ficou ligado na TV. Os próprios realities como o Big Brother foram, de longe, os campeões em menções. Dos mais de 360 milhões de tweets sobre conteúdos da televisão, mais de 287 milhões foram sobre reality shows – seguido das séries (16 milhões), novelas (13 milhões) e do jornalismo (12 milhões).
Não à toa, as marcas ainda estão de olho nesse universo. PicPay, Avon, McDonald's, Unilever, Seara e outros grandes nomes apostaram no programa com mais de 730 ações na TV e no digital. O resultado é claro: 83% das pessoas têm vontade de experimentar produtos e marcas consumidos no programa e 75% passaram a considerá-los ainda mais na hora da decisão de compra, segundo a própria Globo.
Mas nem só de TV aberta vive o brasileiro. A era das Smart TVs, que já fazem parte da vida de 40 milhões de brasileiros, transforma a experiência do usuário com acesso direto a serviços de streaming, como Netflix, Prime Video e HBO Max, além do bom e velho YouTube.
Este último, por exemplo, bombou no último ano! O chamado watchtime – tempo de exibição da plataforma – cresceu 120% nas TVs inteligentes. Afinal, faz todo o sentido: por que assistir seus vídeos preferidos em uma tela de 5 ou 6 polegadas se eu posso reproduzi-los com qualidade máxima em telas de 40 ou 50 polegadas, muitas delas com qualidade de vídeo em 4K?
Essas mudanças de comportamento devem ser um sinal de alerta – e de oportunidade – para empresas e anunciantes. Afinal, assim como no surgimento de outras tecnologias e hábitos de consumo, o momento requer adaptação. Como podemos surfar nessas ondas? Como devo adaptar minhas produções para essa realidade? Essas, meus amigos, são as perguntas de US$ 1 milhão!
A boa notícia é que a área de Dados & Insights aqui da Loures produziu mais um paper com diversos conteúdos que apontam essas transformações e que trazem dicas valiosas sobre esse novo momento na relação do brasileiro com a televisão.
Como você deve ter percebido ao longo do texto, a TV está longe de morrer. Pelo contrário, ela pode estar vivendo uma de suas melhores fases. E certamente os próximos anos serão promissores para a telinha.
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