O Estado brasileiro carrega uma responsabilidade enorme
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Publicado em 7 de abril de 2025 às 10h00.
Por Ivan Pereira, Co-CEO da Mind Lab
O Brasil atravessa um momento desafiador. A polarização política, somada às dificuldades fiscais e econômicas, impõe obstáculos relevantes ao desenvolvimento do país. Enquanto outras nações avançam em inovação, produtividade e inserção internacional, o Brasil perde protagonismo no cenário global. Estamos cada vez menos no radar de investidores, e a sensação de estagnação torna-se cada vez mais presente.
E o problema fiscal está no centro dessa crise. O Estado brasileiro carrega uma responsabilidade enorme: precisa garantir serviços públicos de qualidade em um ambiente de restrições orçamentárias cada vez maiores. A capacidade de investimento público está limitada, mas a demanda por soluções urgentes só cresce — sobretudo nas áreas sociais.
A saída exige um novo pacto de confiança. O Brasil precisa aumentar seus níveis de investimento, mas com inteligência e foco em retorno social e econômico. Por isso, vejo as Parcerias Público-Privadas (PPPs) como importante ferramenta capaz de cumprir esse papel: desonerar o Estado, acelerar entregas, atrair capital privado e gerar eficiência na execução. Mais do que uma ferramenta financeira, as PPPs são uma alavanca para a transformação.
Nesse contexto, o Plano Nacional de Educação (PNE) ganha ainda mais relevância. Ele não é apenas uma diretriz legal: é um projeto de país. Cumprir suas metas é essencial para garantir um futuro mais justo, produtivo e sustentável. No entanto, com a limitação fiscal atual, o Brasil dificilmente conseguirá avançar no PNE com recursos exclusivamente públicos. É aí que as PPPs em infraestrutura educacional e serviços de apoio ganham papel estratégico. São mecanismos que podem viabilizar metas do PNE, ampliar o acesso, melhorar a qualidade e garantir que nenhuma criança ou jovem fique para trás.
E, aqui, estamos falando daquela que é a base de toda uma sociedade: a educação. Todos os países desenvolvidos se destacam pela qualidade do ensino e instrução da população. Recolocar o Brasil no mapa dos investimentos, do desenvolvimento, da inovação e da produtividade passa pela capacitação de nossos cidadãos, especialmente aqueles que ainda estão crescendo. A hora de valorizar o ensino é agora, para darmos a virada que precisamos para seguir em frente. As metas do último PNE passaram longe de serem alcançadas. Nós não podemos cometer os mesmos equívocos nos próximos 10 anos.
Vejo nas PPPs o caminho mais viável e eficiente para transformar a área de infraestrutura social, em especial o foco em educação, assistência social e inclusão produtiva com qualidade, escala e impacto. E, aqui, falamos em uma união de esforços entre o poder público e a iniciativa privada, de modo a gerir os investimentos e as nossas principais riquezas materiais naquelas mais importantes: as imateriais, aquelas que estão em cada um de nós, brasileiros. As PPPs aparecem como uma alternativa para aliviar as contas públicas, passo importante que permitirá olharmos adiante, sem deixar de lado o principal interesse de nossas famílias: o direito ao acesso à educação.
E, se há uma razão pela qual seguimos acreditando no Brasil, ela está no seu povo. Somos uma nação de pessoas criativas, resilientes e empreendedoras. Gente que enfrenta desafios com coragem e inventa soluções mesmo diante da escassez. A brasiliência — essa força que combina esperança, resistência e ação — é o que nos move.
O Brasil é incrível. E o melhor do Brasil são os brasileiros. É por isso que seguimos acreditando. O futuro do país depende de escolhas estratégicas, de colaboração entre setores e, acima de tudo, do nosso compromisso coletivo com o futuro. O Brasil que queremos só será possível se cada um de nós fizer a sua parte.
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