Para que o Brasil aumente sua produção científica, precisa capacitar milhões de jovens para as necessidades do século 21 (Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2021 às 16h36.
Última atualização em 15 de junho de 2021 às 17h50.
Por Alex Roger Wytt*
Vivemos na era digital, mas boa parte das escolas ainda tem sua educação apontada para a chamada era industrial. Em pleno século 21, é inaceitável que alunos e professores fiquem relegados ao lápis, à caneta e ao papel. Essa forma de estruturação analógica aprisiona as salas de aula ao passado, deixando-as completamente desconectadas das imensas possibilidades pedagógicas que a tecnologia pode oferecer. A medicina mudou, os meios de transporte, a economia, as ferramentas de trabalho mudaram. Por que, então, a educação não muda? Essa é uma pergunta importante, crucial, para estabelecer novas políticas públicas.
O Brasil tem um déficit na educação que é vergonhoso, sob todos os aspectos. Mas em um país tão grande e diverso, com tantas dificuldades logísticas, só o uso massivo da tecnologia a favor da educação pode, em pouco tempo, mudar esse cenário.
Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas, há mais de 234 milhões de smartphones no Brasil. Temos de usar essa imensa base, já instalada, para promover a educação e o espírito da inovação. A tecnologia é o novo idioma que une as pessoas: o mundo fala Java, fala C++, fala Swift. Temos de preparar nossas crianças e jovens para os novos tempos. E, para isso, eles terão de adquirir novas habilidades digitais. A hora é essa. Temos de modernizar o ensino, pois, se nada for feito, teremos dezenas de milhões de analfabetos digitais.
Para muitos analistas, a chegada do 5G trará a quarta revolução industrial. As mudanças serão ainda mais disruptivas: 50% das profissões atuais deixarão de existir, razão que, por si só, justifica uma transformação profunda nos conceitos de educação no Brasil.
A boa notícia é que, segundo o relatório de 2020 do “Future Jobs”, do Fórum Econômico Mundial, 97 milhões de novos empregos relacionados às transformações tecnológicas serão criados, até 2025. Mas, para que o Brasil não perca o bonde da história e esteja apto a diversificar sua matriz econômica, gerando riqueza e ampliando seu mercado de trabalho, é preciso investir em educação, mas em uma educação voltada para o futuro.
É uma questão de soberania nacional. O Brasil precisa aumentar seu número de patentes, sua produção científica e tecnológica. E, para que tenhamos jovens inventores, é necessário que tenhamos, em larga escala, cursos de robótica, de inteligência artificial, de realidade virtual, de OIT, de criação e programação de games, entre outros. É preciso capacitar milhões de alunos por meio de cursos técnicos complementares ao ensino médio e ao ensino superior, que promovam a expansão da educação profissional em sintonia com as necessidades do século 21.
O conhecimento digital tem de ser democratizado, para que o Brasil possa se desenvolver, com mais oportunidades para todos. O saber não pode ser um luxo de poucos, tampouco uma mercadoria que só o dinheiro pode comprar. É muito importante que as crianças e os jovens brasileiros adquiram novas habilidades digitais, para os desafios de trabalho da nova economia.
Não temos tempo a perder. O futuro é agora!
*Alex Roger Wytt é CEO da BeByte Educacional S/A
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