Young vlogger and content creator shooting a video for her followers, social media and communication concept (demaerre/Getty Images)
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Publicado em 21 de outubro de 2024 às 13h00.
Por Rapha Avellar, CEO e fundador da BrandLovrs
Nos últimos dias, vi surgirem conversas em newsletters e posts de LinkedIn entre profissionais do marketing sobre um suposto declínio dos micro e nano creators.
Eles se baseiam nos resultados de uma pesquisa realizada nos EUA entre julho e setembro pela Linqia, com 200 profissionais de marketing de grandes empresas norte-americanas, que aponta crescimento no trabalho com celebridades e mega influenciadores entre 2023 e 2024, enquanto o interesse em parcerias com nano creators diminuiu.
Temos uma realidade muito diferente: somos o terceiro país que mais consome redes sociais em todo o mundo segundo a Comscore, à frente dos EUA, e liderança global na Creator Economy.
O que está em declínio não é o micro creator, mas um formato ultrapassado ainda usado por alguns players para mensurar valores e realizar campanhas.
O uso de micro e nano creators traz um elemento essencial para marcas que buscam campanhas autênticas.
Aliado ao uso eficiente de recursos como inteligência artificial (IA), que ajuda a viabilizar uma seleção estratégica com rapidez e mensurar resultados mensuráveis, essa autenticidade não deve, nem precisa, ser descartada.
Para mim, a tecnologia já pode resolver os quatro principais desafios enfrentados pelos anunciantes ao trabalhar com creators:
Segundo estudo do Data-Makers, em parceria com a CDN, 64% dos anunciantes enfrentam dificuldade de encontrar influenciadores que representem a marca.
Com a evolução da IA, podemos construir e treinar modelos que aceleram e dão maior acuracidade para esse processo.
Assim, tiramos qualquer subjetividade ou viés da escolha e conseguimos nos basear em dados reais sobre o comportamento e o engajamento da audiência para encontrar as melhores opções de creators.
A estrutura tradicional, que peca pelo excesso de intermediários e de processos burocráticos, inflaciona o custo de campanhas com micro e nano creators, e cria uma barreira para construir estratégias em escala.
Realizamos uma análise na BrandLovrs que mostra que os anunciantes podem acabar pagando até cinco vezes mais por uma campanha com excesso de intermediários, enquanto os creators recebem uma pequena fração do orçamento.
O uso de IA para realizar uma precificação dinâmica resolve isso ao permitir um valor justo e assertivo para ambas as partes, eliminando sobrecarga de custos e tornando os creators menores uma opção inteligente e viável.
Marcas reconhecem os bons resultados com micro creators, mas muitas ainda enfrentam dificuldades operacionais na gestão de campanhas.
A tecnologia para resolver isso já existe e é capaz de gerir todo o processo com eficiência, permitindo o trabalho em escala com milhares de creators simultaneamente e com enorme economia de tempo.
A pesquisa do Data-Makers mostra também que a maioria dos CMOs (52%) considera difícil medir os resultados das ações de marketing envolvendo criadores de conteúdo.
A tecnologia pode e deve fazer parte da avaliação dos resultados de campanhas com creators: a mensuração precisa ir muito além da quantidade de curtidas e visualizações.
Hoje, as métricas são pouco tangíveis, relacionadas mais a alcance e construção de marca no longo prazo.
Como dá pra ver, a tecnologia é o ponto central para destravar o enorme potencial dos nano e micro creators, e o Brasil tem uma oportunidade única de novamente se posicionar à frente do mercado global.
Quem estiver atento a essas mudanças e souber utilizá-las a seu favor, verá que o verdadeiro potencial da Creator Economy está apenas começando.
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