Casa Rosada, Argentina (Anton Petrus/Reuters Business)
Mariana Martucci
Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 20h06.
Última atualização em 2 de dezembro de 2020 às 22h00.
Uma característica de quando o debate político perde conexão com a racionalidade é os fatos deixarem de ter importância. E a discussão usa e abusa do cherry picking, a supressão das evidências incômodas. Bem, um caso que merece ser bem debatido é o da Argentina.
O país vizinho vem de encerrar seu lockdown, um dos mais rígidos do planeta. Mesmo antes disso, os argentinos já exibiam números complicados. Em mortes por milhão de habitantes, faz tempo que nos ultrapassaram. E caminham ao topo do ranking mundial.
Agora, a OCDE diz que na economia os números argentinos de 2020 serão igualmente ruins. A recessão vai bater nos 13%, o pior desempenho do G20. Se bem que Espanha e Reino Unido devem ser fortes concorrentes ao triste troféu.
Não se trata de concluir apressadamente que o lockdown dos vizinhos não serviu para nada. Mas tampouco será o caso de fingir que tudo está dentro da normalidade no universo dos argumentos e contra-argumentos em torno da covid-19 e de como enfrentá-la de um jeito correto.
*Analista político da FSB Comunicação
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