"Mercado de energia limpa tem não apenas uma avenida, mas um oceano inteiro pela frente para poder crescer" (Chinafac/iStockphoto)
Mariana Martucci
Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 15h32.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 14h00.
Em 2015, recebi uma dica de um conhecido com quase 40 anos de atuação no setor de energia: “Compre sem medo ações da primeira empresa de renováveis que abrir capital daqui em diante”.
Só fui me lembrar do conselho em 2018. E comprei. Pouca coisa. Em dez meses, os papéis valorizaram 165%. Depois, como quase todos os outros, caíram com a pandemia. E já se recuperaram.
O mercado de energia limpa tem não apenas uma avenida, mas um oceano inteiro pela frente para poder crescer. E o Brasil, com a matriz invejável que possui, infelizmente não precisa errar muito para deixar escapulir a chance de assumir hegemonia global no assunto. Basta continuar imerso na burocracia extenuante e perdido nos labirintos que historicamente atravancam investimentos.
O mesmo crescimento exponencial deve ocorrer com o mercado de créditos de carbono. De novo, o Brasil tem a chance de se sobressair. E, de quebra, arrumar uma maneira muito rentável de frear o desmatamento e manter suas florestas em pé.
Em entrevista à Exame, o empresário Luis Adaime, fundador da Moss, uma bolsa de carbono brasileira, afirmou que o potencial desse mercado chega a US$ 45 bilhões de dólares anuais.
O cálculo foi feito a partir de estudo da gestora britânica Schroders, que estimou o potencial de certificação do Brasil em 1,5 bilhão de tonelada de carbono por ano. A companhia definiu o Brasil como a “Arábia Saudita do carbono”.
Até atingirmos o patamar de certificar tudo isso falta muito chão. Será que já vale investir como pessoa física nesta seara? A opção aqui seria no chamado mercado voluntário, no qual empresas e pessoas compram créditos para compensar suas emissões ou guardar como investimento.
A plataforma da Moss permite essas transações desde meados do ano passado. Cada crédito que você compra equivale a uma tonelada de carbono cuja emissão foi evitada. Parte do dinheiro vai para os projetos florestais que dedicam seus esforços a preservar a Amazônia.
Sobre o momento certo de investir, talvez aqui me falte o veterano sábio para aconselhar. Mas é um mercado que certamente vale acompanhar de perto.
*Sócio-diretor da Loures Comunicação
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