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7 em cada 10 brasileiros apostam na produção de biocombustível como motor de crescimento econômico

Pesquisa da Nexus aponta ainda que dois terços dos entrevistados aprovam o aumento na mistura dos biocombustíveis como solução ambiental

A Nexus entrevistou, por telefone, 2.004 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação (UFs) (shutterstock/Reprodução)

A Nexus entrevistou, por telefone, 2.004 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação (UFs) (shutterstock/Reprodução)

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Publicado em 22 de novembro de 2024 às 15h00.

69% dos brasileiros acreditam que o aumento da produção de biocombustível no país está diretamente ligado ao crescimento econômico do Brasil. Ao todo, 71% dos entrevistados também concordam que a medida vai gerar mais empregos nas áreas rurais por meio do incentivo à agricultura

As informações são resultado da pesquisa “Combustível e Energia Sustentáveis: A Visão dos Brasileiros”, feita pela Nexus para a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República.

Metodologia da pesquisa

A Nexus entrevistou, por telefone, 2.004 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação (UFs). A margem de erro no total da amostra é de 2 pp, com intervalo de confiança de 95%. 

A amostra é controlada a partir de quotas de: (a) sexo, (b) idade, (c) escolaridade, (d) região e (e) condição do município. As entrevistas foram realizadas entre os dias 02 e 07 de outubro de 2024.

Produção de biocombustível é aposta, mas uso ainda não é principal opção

Apesar de apoiarem a utilização de combustíveis menos poluentes, 66% dos entrevistados abastecem seus carros, na maior parte das vezes, com gasolina ou diesel, de acordo com o levantamento. Apenas 29% usam hoje o etanol como principal combustível. Quando questionados sobre combustíveis limpos, 77% acreditam que os carros elétricos são a melhor alternativa, seguido por etanol (40%) e GNV (33%).

O aumento dos limites de mistura do etanol e do biodiesel à gasolina e diesel é uma das premissas da Lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A mistura não é novidade, mas, segundo a pesquisa da Nexus, ainda é desconhecida por metade (51%) dos brasileiros. Quando explicada, a medida é vista por dois terços dos entrevistados (66%) como solução ambiental, uma vez que reduz a emissão de gases poluentes.

Projeto Combustível do Futuro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destaca que a Lei do Combustível do Futuro tornará nossa frota mais compatível com a agenda climática global e, ao mesmo tempo, trará benefícios econômicos e sociais para o país.“Para o Brasil, que possui compromissos internacionais de redução de emissões, a adoção dos biocombustíveis representa um passo importante para o cumprimento das metas ambientais”, afirma.

Além dos benefícios ambientais, Silveira destaca que o crescimento da produção de biocombustíveis trará bons resultados econômicos, a partir da geração de empregos diretos e indiretos e do fomento da economia local. “Envolve não apenas o cultivo da cana-de-açúcar, de milho ou de soja, mas uma extensa cadeia produtiva que abrange pequenos e grandes produtores, transporte, produção e venda. Além disso, o aumento na demanda por biocombustíveis valoriza as commodities agrícolas, o que fortalece a balança comercial do Brasil e aumenta a arrecadação de impostos”, completa o ministro.

De acordo com a pesquisa da Nexus/Secom, 62% dos brasileiros acreditam, ainda, que o projeto trará benefícios para o país — seja para os consumidores, para o meio ambiente ou para ambos. 

Desconfiança ainda existe

Apesar de tudo, os entrevistados se dividem na hora de opinar sobre os possíveis problemas do aumento da porcentagem de etanol e biodiesel nos combustíveis tradicionais: 45% pensam que a novidade irá aumentar o preço nas bombas, 44% acreditam que reduzirá a eficiência dos automóveis e 43% apostam em prejuízos ao motor dos carros.

Além de alterar os percentuais de biocombustíveis na gasolina e no diesel, a nova lei institui programas para incentivar a pesquisa, a produção, a comercialização e o uso de biocombustíveis, com o objetivo de promover a descarbonização da matriz de transportes e de mobilidade. A medida inclui o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação, o Programa Nacional de Diesel Verde e o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano.

O debate sobre energia limpa movimenta o cenário mundial dia da COP29 – que reúne representantes de 200 países se reúnem em Baku, no Azerbaijão – e com a expectativa da COP30, que acontecerá em 2025 no Brasil. No ano que vem, a conferência, que acontece anualmente desde 1995, será sediada em Belém, no Pará.

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