A escuta ativa e segura é importante para o estudante (Klaus Vedfelt/Getty Images)
Plataforma de conteúdo
Publicado em 29 de março de 2023 às 14h00.
Última atualização em 29 de março de 2023 às 14h52.
Um levantamento feito pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo mostra que sete em cada dez alunos relatam sintomas de ansiedade ou depressão no pós-pandemia. Pensando nas dificuldades enfrentadas por esses estudantes, o educador e psicólogo Rossandro Klinjey, elencou para a Bússola dicas para os pais ajudarem os filhos em momentos de vulnerabilidade, além de explicar a importância da compreensão e do acolhimento nos momentos mais delicados.
“O período escolar é uma fase em que se busca aceitação de determinados grupos, padrão de comportamento e estético, e quando se nota uma maior pressão vinda de pais, professores e colegas. Todo esse turbilhão de sentimentos aglomerados cria um cenário bastante difícil para os jovens, que necessitam da ajuda dos pais para passar por essa fase de uma forma mais saudável e tranquila”, afirma Klinjey, que também é cofundador e embaixador da Educa, edtech brasileira especializada em ensino de competências socioemocionais para crianças e jovens no Brasil.
O primeiro passo é a validação dos sentimentos apresentados pela criança e adolescente. É fundamental que o jovem não tente reprimir o que está sentindo e entenda que os pais estarão por perto para ajudar. Validar significa mostrar ao seu filho que entende o que ele está sentindo e que não está errado por se sentir assim. Verbalize essa sua compreensão e ofereça ajuda. Diga e demonstre que compreende e quer saber de que forma pode ajudá-lo a enfrentar essas dificuldades.
É fundamental que os filhos sintam confiança no diálogo parental, para que esse seja um espaço seguro e acolhedor para eles. Possibilitar que a criança possa falar sem julgamento ou interrupções são ações importantes para fomentar um ambiente positivo.
O apoio de um psicólogo infantil ou de um psicopedagogo, que se tornam personagens importantes nessa estrutura oferecida para as crianças, pode ser fundamental nesse processo. Com a ajuda especializada, os pais podem tentar entender a causa da crise e criar melhores estratégias de enfrentamento.
Por mais que os pais sejam as maiores referências na vida de uma criança, o contato parental não acontece por um período integral. Sendo assim, é essencial que os genitores contem com a cooperação dos professores, familiares e amigos para a formação de um ciclo de confiança e cuidado.
É importante que o filho seja informado de forma clara e precisa sobre a sua ansiedade e o que vem acontecendo ao seu redor. Quanto mais informações ele receber será mais fácil compreender o problema e buscar soluções. No entanto, é sempre importante que os pais considerem a idade e a capacidade de compreensão da criança ou adolescente para transmitir esses ensinamentos.
Da mesma forma que é necessário esclarecer para a criança que a ansiedade é um transtorno que, se não cuidado, oferece riscos, é fundamental explicar que a ansiedade é um problema comum, que não precisa ter vergonha ou medo. Reforce que o apoio e o cuidado são importantes e que não há a necessidade de se sentir inferior ou constrangido ao pedir ajuda.
Por fim, mas não menos importante, é imprescindível que a criança se sinta amparada e acolhida, sobretudo durante os momentos de crise. Saber que somos amados e que temos alguém com quem contar na hora do pânico é fundamental, especialmente na infância e adolescência. Ofereça o seu melhor amor e apoio.
Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube
Veja também
Projeto do Alicerce Educação desenvolve a base educacional de 60 mulheres
Já é hora de iniciar a cultura do reaproveitamento nas escolas