Pandemia intensificou o processo de digitalização e, com isso, transformou a forma de consumo. (Emilija Manevska/Getty Images)
Bússola
Publicado em 17 de janeiro de 2022 às 09h00.
Comprar no digital não foi apenas um efeito da pandemia. Segundo um levantamento da Locaweb, em parceria com a Opinion, os preços também influem muito na decisão de compra. Os resultados da pesquisa mostram que 66% dos entrevistados compram na internet porque os preços são melhores.
O estudo, que ouviu mais de 2 mil pessoas para entender o perfil dos consumidores digitais, buscou entender as transformações com a chegada da pandemia e o processo que beneficiou os PMEs no e-commerce. Com toda essa movimentação, como fica a jornada do consumidor? O que leva um cliente a comprar em uma pequena e média empresa? E o que faz com que escolha uma grande marca?
“Faz sentido hoje as empresas conseguirem valores mais competitivos no digital. Lá não é preciso pagar o aluguel de um shopping, por exemplo, banners nos corredores etc. Têm seus custos, é claro, mas é possível fazer muito mais com menos”, afirma Luis Carlos dos Anjos, gerente executivo de marketing e canais da Locaweb.
E o consumo online cresceu expressivamente: apenas no primeiro semestre do ano, o e-commerce bateu recorde de vendas e atingiu R$ 53,4 bilhões em faturamento, segundo a 44ª edição do Webshoppers, relatório elaborado pela Ebit Nielsen. Mesmo em relação aos dados de 2020, que já foram expressivos, no primeiro semestre de 2021 houve crescimento de 31%.
Na hora de escolher em qual empresa comprar, 32% dos entrevistados afirmaram comprar igualmente de pequenas, médias e grandes empresas. Neste crescimento do consumo online, as PMEs foram as que ganharam mais consumidores, já que 41% passaram a comprar de pequenos e médios no último ano.
Em contrapartida, 30% passaram a comprar de grandes marcas nos últimos 12 meses. Entre os consumidores mais antigos, 41% disseram comprar de grandes marcas e 27% compram de PMEs há mais de cinco anos.
“A migração dos consumidores para meios online já é uma tendência confirmada. Enquanto o aumento nas compras não é surpreendente, já que ele vem acontecendo de forma mais expressiva desde o início da pandemia, é interessante notar que empresas de todo porte conseguem se aproveitar dele”, diz Daniela Schermann, Head de Marketing do Opinion Box.
E onde começa a jornada de compra online? Em 62% dos casos ela tem início no Google. De acordo com Luis, a diferença entre as PMEs e as grandes aqui é que no segundo caso os consumidores vão até lojas que gostam com mais frequência. Nas compras em PMEs, a segunda opção mais popular após o Google é recorrer a comparadores de preços.
O marketplace é outro fenômeno que cresceu muito nos últimos. Uma grande marca vendendo produtos de diversos lojistas. 63% dos entrevistados afirmaram que quando compram de PMEs é pelos marketplaces.
“Apesar das taxas, é uma oportunidade boa para esse perfil de negócio se associar a um maior, que tem um histórico de investimento em publicidade e uma marca consolidada", afirma o executivo.
87% dizem já ter realizado uma compra em marketplaces, sendo os mais usados Americanas (74%), Mercado Livre (71%), Magazine Luiza (64%) e Amazon (49%).
E o que leva uma pessoa a escolher comprar com um PME? Os motivos mais mencionados foram frete grátis (54%), preço mais baixo ou promoções (53%) e qualidade dos produtos (44%).
O cenário do e-commerce no Brasil nunca esteve tão favorável. Ao bater recordes de vendas e faturamento, o setor segue crescendo e, cada vez mais, tem aberto espaço para marcas menores.
“É importante notar que, por mais que o dia a dia e os números das empresas de portes diferentes seja muito distinto, a jornada do consumidor tem muitas semelhanças nas grandes empresas e nas PMEs. A pesquisa mostra que as PMEs já conquistaram o seu lugar no mundo do e-commerce”, declara o gerente.
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