CEO da fabricante brasileira de pás para energia eólica fala do crescimento de vendas no mercado interno e do potencial do Brasil (Steve Proehl/Getty Images)
André Martins
Publicado em 18 de março de 2021 às 11h00.
Última atualização em 18 de março de 2021 às 12h24.
1-Bússola: De 2020 para cá cresceu o interesse de investidores e gestoras em uma empresa de energia limpa como a Aeris?
Alexandre Negrão: Sim. Temos percebido aumento do interesse pelos investidores, sejam institucionais ou pessoas físicas. Por atuar no segmento de energias renováveis, a Aeris está naturalmente imersa no contexto do ESG, pauta que tende a despertar cada vez mais atenção por parte dos investidores e da sociedade em geral.
Já se consolidou a percepção em todo o mundo de que tudo aquilo que acontece no campo da sustentabilidade das empresas tem impacto direto no mercado financeiro e de capitais. Além disso, as iniciativas do governo norte-americano em prol da energia limpa reforçam a perspectiva e o potencial de crescimento do setor, que passa a ser ainda mais atrativo para os investidores.
2-Bússola: Qual é a sua expectativa de crescimento para o setor no Brasil? E para a venda de pás a novas usinas eólicas?
Negrão: Estamos bastante otimistas com o setor de energia eólica no país e com o potencial do mercado livre.
Há uma série de investimentos na construção de usinas eólicas para comercialização neste mercado, no qual as indústrias podem negociar diretamente contratos e preços de energia.
Considerando as oportunidades de crescimento nos mercados livre e regulado, esses empreendimentos eólicos deverão representar uma expansão anual de até 4GW em potência instalada na próxima década.
No último ano, mantivemos as exportações, mas vimos um crescimento de demanda acelerado no Brasil. A venda de pás para o mercado interno representou 84% do incremento de 165% da nossa receita operacional líquida em 2020, que totalizou R$ 2,2 bilhões.
Hoje, no Brasil, a energia eólica ocupa cerca de 10% da matriz energética. Ou seja, ainda tem muito espaço para crescer. E nós estamos bem posicionados para atender a essa demanda.
3-Bússola: Se o E do ESG já é o core business da Aeris, como ficam o S e o G?
Negrão: Somos focados em boas práticas de governança corporativa, para implementar de forma ética e eficiente a estratégia traçada pela administração e garantir os resultados prometidos. Nosso conselho hoje tem 40% de mulheres.
As relações entre companhias, suas cadeias produtivas e a sociedade estão mudando muito nos últimos anos, para melhor.
O mais importante é o legado que estamos ajudando a construir para os nossos filhos. Temos forte atuação nas comunidades onde atuamos. Mais de 40 mil pessoas foram beneficiadas em 2020 por meio de nossas ações sociais.
* Renato Krausz é sócio-Diretor da Loures Comunicação
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