Pagamentos com cartão de crédito cresceram 42,4% no primeiro tri (Joe Raedle/Getty Images)
Bússola
Publicado em 6 de junho de 2022 às 10h11.
Todos os dias ouvimos histórias de como as pessoas estão se equilibrando para pagar as contas do mês. Dados de um levantamento da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) mostram que, nos primeiros três meses de 2022, os pagamentos com cartão de crédito cresceram 42,4%, em comparação com o período de janeiro a março do ano anterior. Foram mais de R$ 470 bilhões movimentados por esse meio de pagamento no trimestre.
Esses dados mostram quanto o cartão de crédito passou a fazer parte das finanças domésticas e é considerado hoje o principal instrumento de pagamento do país em tempos de inflação acima dos dois dígitos, principalmente por conta da facilidade na hora de pagar as compras. Uma pesquisa do Serasa revela que os entrevistados utilizam o cartão para compras de supermercado e alimentação (34%), produtos em farmácias (15%) e de eletrodomésticos (14%). As demais despesas pagas com o cartão são roupas (11%), viagens (10%) e móveis (10%).
A pesquisa também indica que o consumo em todas as classes sociais vem aumentando, e as maiores responsáveis por esse crescimento são as mulheres, que investem cada vez mais nos setores de educação, saúde e beleza.
Mas é sempre bom lembrar que os usuários devem ter parcimônia nos gastos e planejar bem o orçamento, para não comprometer a renda mensal.
Destaco, então, três dicas eficazes para evitar “dores de cabeça” no final do mês. A primeira delas é: não ter mais de um cartão de crédito. Usando vários cartões fica difícil acompanhar todos os gastos, faturas e limites disponíveis. Sempre dê preferência a um cartão versátil e centralize todos os gastos nele, assim, fica mais fácil controlar as despesas e aproveitar melhor os benefícios que ele traz.
Em segundo lugar, fuja da taxa de anuidade. Priorize sua escolha por um cartão que não cobre pelo pagamento dessa taxa e que ainda ofereça diversas vantagens, como taxa de juros mais baixas, saques e acúmulo de pontos para trocar por produtos ou milhas aéreas, por exemplo.
Por último, mantenha as boas práticas do uso do cartão e se certifique do pagamento total da fatura, ou seja, evite o pagamento mínimo da fatura para não ocorrer a cobrança de juros. Procure concentrar a maior parte dos gastos nele e, assim, o histórico financeiro melhora; tornando possível o melhor uso desta forma de pagamento.
O cartão de benefício consignado também se apresenta como alternativa, já que pode oferecer diversos benefícios, diferente do cartão de crédito, por exemplo: seguro de vida, assistência/auxílio funeral, desconto em farmácias, consultas e exames médicos, entre outros.
Outro diferencial é que os juros são menores do que os cartões convencionais e parte dos valores gastos descontados automaticamente do benefício ou do salário recebido. Além disso, não há cobrança de taxa de anuidade no cartão de benefício consignado. Mais uma vez, lembro que o segredo para sua melhor utilização é o planejamento na hora de comprar para que os valores sejam pagos integralmente, já previstos no orçamento pessoal ou familiar.
O mais importante é manter em mente a importância do planejamento financeiro e identificar a necessidade da compra, adotando sempre a postura do consumo consciente. O olhar também deve estar atento para as despesas acima das receitas. Por isso, anote sempre todas as despesas fixas e os gastos com o cartão para evitar o endividamento. Seguindo essas dicas básicas, certamente o uso desta importante forma de pagamento ocorrerá com mais tranquilidade.
*Fernando Mascarenhas é diretor do Credcesta.
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