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Zona norte de São Paulo é campeã em casos de sarampo

Dos 924 casos confirmados até 6 de agosto, 36,7% se concentravam nos bairros da região; regiões sul e leste aparecem em seguida, com 20,5% dos casos cada

Sarampo: primeira morte pela doença foi confirmada em São Paulo (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Sarampo: primeira morte pela doença foi confirmada em São Paulo (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 16h46.

A zona norte é a região da cidade de São Paulo com o maior número de casos confirmados de sarampo, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em dados publicados no site da Prefeitura. As estatísticas são parciais, já que levam em conta os registros contabilizados até o dia 6 de agosto, mas já mostram uma concentração de infecções em distritos da região norte, como Tremembé, Cachoeirinha e Jaçanã.

De acordo com o levantamento, do total de casos confirmados até então (924), 36,7% estavam localizados em bairros da zona norte. As regiões sul e leste aparecem em seguida, com 20,5% dos casos cada uma.

Os dados até o dia 27 de agosto, mais recentes, mostram que o número de infecções confirmadas já chega a 1.637, mas a Prefeitura ainda não divulgou o detalhamento desses casos por distrito.

A cidade de São Paulo confirmou nesta quarta-feira, 28, a primeira morte por sarampo. A vítima era um homem de 42 anos que não tinha registro de vacinas e possuía vulnerabilidade para infecções. O óbito também foi o primeiro registrado no Estado neste ano - não havia mortes provocadas pela doença desde o último surto, em 1997.

Considerando todo o Estado de São Paulo, foram 2.457 casos de sarampo confirmados neste ano. Um em cada cinco infectados tem entre 25 e 29 anos, segundo boletim do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria Estadual da Saúde.

Em seguida com maior número de infecções estão os grupos de 20 a 24 anos, 1 a 4, 15 a 19 e menores de 1 ano. Se considerada a taxa de incidência, ou seja, o número de casos por 100 mil habitantes, os bebês com menos de 12 meses são as maiores vítimas, com índice de 54/100 mil.

De acordo com a médica Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a faixa etária dos 20 anos é a mais vulnerável porque reúne muitas pessoas que não foram imunizadas ou não receberam todas as doses necessárias quando crianças.

"Nem sempre a imunização em bebês foi feita em duas doses e, em décadas anteriores, a primeira dose era feita aos 9 meses de idade. Depois, descobriu-se que, para proteger a vida toda, a vacina precisa ser dada em duas doses, mas após os 12 meses”, explica ela. Hoje, o esquema vacinal é de duas doses, dadas aos 12 e 15 meses. Adultos que não tomaram as duas doses podem se vacinar gratuitamente em qualquer posto de saúde.

Circulação

Ainda segundo boletim do CVE, a doença já chegou a 89 cidades paulistas. As mais afetadas ficam na região metropolitana, mas a secretaria já prevê que o surto se expanda para outras regiões. "Nas últimas duas semanas percebemos que o vírus está indo para o interior”, disse Helena Sato, diretora de imunização da Secretaria Estadual da Saúde. Sorocaba, Campinas, Catanduva, Bauru, Americana, São José do Rio Preto e Aparecida são algumas das cidades paulistas do interior que já confirmaram casos da doença.

Segundo Helena, não haverá, por enquanto, nova campanha focada em algum público específico, mas as vacinas seguem disponíveis nos postos de saúde para pessoas de 1 a 59 anos que não têm as duas doses obrigatórias ainda. "Nossa estratégia agora é conscientizar a população sobre a necessidade de se vacinar e realizar bloqueios vacinais em locais onde foram registrados casos suspeitos", destacou.

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