Aedes aegypti, mosquito transmissor do zika vírus (Luis Robayo/AFP)
Mariana Desidério
Publicado em 30 de janeiro de 2016 às 20h06.
São Paulo – O crescimento vertiginoso dos casos de zika vírus na América Latina pode ser uma ameaça maior à saúde do planeta do que a epidemia de ebola, que matou mais de 11 mil pessoas na África em 2014. A opinião é de especialistas ouvidos pelo jornal britânico The Guardian.
“De muitas maneiras, o avanço do zika vírus é pior que a recente epidemia de ebola”, afirmou Jeremy Farrar, chefe do Welcome Trust, uma fundação global focada em saúde.
“A maioria dos que contraem o vírus não apresentam sintomas. Trata-se de uma infecção silenciosa em um grupo altamente vulnerável, que é o de mulheres grávidas, associado com um terrível efeito para seus bebês”, conclui Farrar em entrevista ao The Guardian.
O vírus tem sido associado ao drástico aumento do número de bebês com microcefalia em países da América Latina, em especial no Brasil, que já registrou 4.180 casos nos últimos meses.
Na quinta-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou que o vírus pode infectar até 4 milhões de pessoas nas Américas, incluindo 1,5 milhão de infectados no Brasil.
Diferente do ebola, para o qual já há estudos em andamento para uma vacina, o zika vírus foi pouquíssimo estudado até agora pela comunidade médica, acrescenta o jornal britânico.
Brasil e Estados Unidos fecharam um acordo de cooperação para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra o zika vírus, o que pode levar três anos.