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Zé Dirceu volta ao Congresso após 19 anos e avalia se vai disputar as eleições em 2026

Convidado por Randolfe Rodrigues, ex-ministro de Lula, condenado no mensalão, marcou presença no Senado para participar de solenidade pela democracia

José Dirceu volta ao Congresso após 19 anos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

José Dirceu volta ao Congresso após 19 anos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 2 de abril de 2024 às 15h08.

Última atualização em 2 de abril de 2024 às 15h19.

De volta ao Congresso pela primeira vez após 19 anos, o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu foi assediado por estudantes, militantes da esquerda e servidores da Casa para fotos e dedicatórias no livro lançado hoje pelo Senado que traz um artigo de sua autoria. Dirceu deixou em aberto a possibilidade de um retorno às urnas em 2026.

Ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, ele voltou nesta terça-feira a um evento no Legislativo após ter seu mandato cassado em 2005, no bojo do escândalo do mensalão. Apesar de estar fora da política e impossibilitado de concorrer a eleições até este ano, ele tem participado ativamente dos bastidores do governo. Há, nos bastidores, conversas sobre uma possível volta às urnas em 2026.

"Primeiro, 2024. Temos eleições, temos de ajudar e apoiar nosso presidente Lula e seu governo. Depois, 2025, transição para 2026, temos de trabalhar para fazer o Brasil crescer e o PT liderar a sua renovação da sua direção, processo do qual quero participar como filiado. Então, quando começar virar de 2025 para 2026, vou enfrentar essa questão se eu devo ou não ser candidato a um cargo eletivo", disse Dirceu.

O evento do Senado marcou os 60 anos desde o golpe militar de 1964 e o lançamento do livro Tempos de Chumbo, no qual Dirceu é autor do artigo A defesa da democracia exige a despolitização dos quartéis. O político foi preso durante o golpe militar, em 1968.

“Precisamos de um Judiciário independente, mas que se atenha às suas funções constitucionais e não abuse de suas prerrogativas e funções. O Parlamento, por sua vez, deve se manter dentro de suas funções legislativas e não ultrapassar a linha divisória do ato de governar exclusivo do Executivo”, escreveu Dirceu no texto.

Dirceu foi convidado pelo senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) para participar da sessão solene. Além do ex-ministro de Lula, outras personalidades também discursam no evento, como a viúva do ex-presidente João Goulart, Maria Thereza Goulart e o presidente executivo do Instituto João Goulart, João Vicente Goulart.

"Quase não aceitei [o convite], porque desde o dia da madrugada de 1º de dezembro [de 2005], quando a Câmara dos Deputados cassou meu mandato, que o povo de São Paulo tinha me dado pela terceira vez, eu nunca mais voltei ao Congresso Nacional. Mas acredito que João Goulart merecia e merece a minha presença hoje aqui", disse José Dirceu.

Homem-forte do primeiro mandato de Lula, quando chefiou a Casa Civil, Dirceu tem se movimentado pelos bastidores do poder de Brasília desde o retorno do PT ao comando da República.

No mês passado, quando completou 78 anos, fez uma festa que reuniu do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao vice-presidente da República e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e boa parte do primeiro escalão do atual governo de Lula.

Dirceu ficou um ano e nove meses preso em Curitiba (PR), como consequência das investigações da Lava-Jato. Ele está impedido de disputar as eleições até este ano, mas há especulações sobre ele voltar às urnas em 2026.

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