Agência de notícias
Publicado em 8 de outubro de 2024 às 07h18.
Última atualização em 8 de outubro de 2024 às 07h21.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) prestou depoimento na última segunda-feira, 7, em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) na qual a parlamentar é ré pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a inserção de dados falsos, ocorrida em 2023.
O hacker Walter Delgatti Neto é réu na mesma ação e também foi interrogado nesta segunda-feira. Zambelli e Delgatti se tornaram réus no STF em maio após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ao juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, Rafael Henrique, Zambelli falou sobre a sua relação com Delgatti e explicou como conheceu o hacker. Ela negou ter pedido que Delgatti realizasse "qualquer ato" contra Moraes.
"Eu não tinha por que pedir para alguém fazer qualquer coisa contra o ministro Alexandre de Moraes", afirmou a deputada ao ser interrogada.
A deputada ainda negou ter feito "brincadeira jocosa" contra o ministro do STF e disse que estava tentando prezar pelo seu segundo mandato como deputada federal. Tanto ela, quanto seu advogado, Daniel Bialski, negaram as acusações.
O depoimento da deputada estava inicialmente previsto para o dia 26 de setembro, mas a defesa da parlamentar pediu o adiamento em razão de problemas de saúde de Zambelli. O hacker Walter Delgatti também foi ouvido nesta segunda-feira. No depoimento, ele disse se arrepender da invasão ao sistema do CNJ.
De acordo com a apuração sobre o caso, Delgatti, a mando de Zambelli, inseriu documentos falsos no sistema do CNJ, como um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Conforme a denúncia da PGR, Zambelli teve “papel central” na invasão dos sistemas eletrônicos do CNJ e foi a “autora intelectual” do ataque hacker.
Zambelli, segundo a acusação, “arregimentou” o hacker Walter Delgatti, prometendo a ele benefícios em troca dos serviços. Conforme a acusação, de agosto de 2022 a janeiro de 2023, Delgatti invadiu “por várias vezes dispositivos de informática usados pelo Poder Judiciário, adulterando informações, mandados de prisão, alvarás de soltura, decisões de quebra de sigilo bancário, e inclusive determinando ao sistema que emitisse documento ideologicamente falso”.
Em junho, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, receber a denúncia apresentada contra os dois.