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Youssef diz que Cabral e Pezão receberam R$ 30 mi em 2010

Os peemedebistas são alvo de um inquérito no STJ que apura o envolvimento deles no esquema investigado no âmbito da Lava Jato


	Sérgio Cabral e Luiz Pezão: Paulo Roberto Costa teria feito um acordo para que a chapa Cabral-Pezão recebesse diretamente a propina
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Sérgio Cabral e Luiz Pezão: Paulo Roberto Costa teria feito um acordo para que a chapa Cabral-Pezão recebesse diretamente a propina (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 19h38.

Brasília - Em depoimento ao Superior Tribunal de Justiça, (STJ) o doleiro Alberto Youssef, apontado como operador do PP no esquema de corrupção da Petrobras, reiterou nesta quinta-feira, 10, que recursos desviados da estatal alimentaram as campanhas eleitorais de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao governo do Rio em 2010.

De acordo com o doleiro, o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, fez um acordo para que a chapa Cabral-Pezão recebesse diretamente a propina oriunda do consórcio para a Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

O valor, de R$ 30 milhões, seria originalmente dividido entre o PP e o PMDB.

Youssef disse que Paulo Roberto Costa o orientou, então, a deixar de cobrar das empresas Odebrecht, Toyo e UTC, integrantes do consórcio, a propina que seria destinada ao PP.

O recurso seria pago pela própria Odebrecht diretamente aos então candidatos Cabral e Pezão, que também embolsariam a outra metade destinada ao partido do qual fazem parte.

"Eu me lembro muito bem deste fato porque questionei o doutor Paulo Roberto sobre essa transferência, porque estávamos em campanha pelo PP e necessitávamos de recursos para integrantes do partido. Ele me disse que esse era um assunto que já havia negociado e era dessa maneira que iria ocorrer", respondeu o doleiro durante o depoimento.

As informações já constavam na delação premiada de Costa à Polícia Federal e foram reiteradas nesta quinta-feira por Youssef, que afirma não ter participado das negociações do repasse dos recursos à campanha de Pezão e Cabral.

Os peemedebistas são alvo de um inquérito no STJ que apura o envolvimento deles no esquema investigado no âmbito da Lava Jato e negam participação no esquema e o recebimento de propina desde que o inquérito foi aberto.

O depoimento de Youssef, que está preso em Curitiba, foi colhido por meio de videoconferência pelo juiz Ricardo Coimbra e pelo subprocurador-geral da República, Oswaldo Barbosa.

Cabral

O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) divulgou nota na noite desta quinta-feira, 10, em que "reitera a sua indignação pelo envolvimento de seu nome no caso, destacando que o depoente, conforme declaração registrada nesta quinta-feira (10/12) no STJ, afirmou desconhecer Cabral".

Na nota, Cabral refere-se ao doleiro Alberto Youssef, que em depoimento ao Superior Tribunal de Justiça reafirmou que as campanhas do ex-governador e do então vice, o hoje governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), foram abastecidos com dinheiro desviado da Petrobras.

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