Jair Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 15 de junho de 2018 às 13h27.
Última atualização em 15 de junho de 2018 às 15h17.
São Paulo – Se as eleições 2018 fossem hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria o único candidato com reais chances de desbancar o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno.
Os demais presidenciáveis ficariam em situação de empate técnico com o pré-candidato do PSL, segundo pesquisa do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) encomendada pela consultoria XP Investimentos e divulgada nesta sexta-feira (15).
Segundo o levantamento, Marina Silva, da Rede, (que fica atrás de Bolsonaro nos cenários de primeiro turno) teria uma leve vantagem em relação ao pré-candidato do PSL no segundo turno.
Ela aparece com 38% das intenções de voto e ele com 34% — o que leva a uma situação de empate técnico se considerada a margem de erro. No total, 28% dos entrevistados votariam em branco e nulo ou não souberam responder.
Ciro Gomes e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) aparecem sutilmente atrás do deputado com 33% e 31% das intenções de voto, respectivamente. Bolsonaro tem 34% e 33% dos votos, concomitantemente.
Já um segundo turno entre Lula e Bolsonaro teria um cenário mais claro: o ex-presidente teria 42% das intenções de voto e o deputado do PSL, 34%. 24% dos entrevistados votariam branco ou nulo ou não souberam responder.
Em um segundo turno entre o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e Alckmin, por outro lado, venceriam os brancos e nulos com 40% das intenções, segundo a sondagem. O ex-governador de São Paulo teria 29% dos apoios e o petista, 19%.
Se Alckmin pegar Ciro em um eventual segundo turno, a situação se repete. Segundo a pesquisa, o tucano teria 31% e o pedetista, 30%. Brancos e nulos somariam 36%. (Vale lembrar que votar nulo e branco não anula a eleição).
Sem Lula no páreo, Bolsonaro lidera todos os cenários com até 22% das intenções de voto. Nessa situação, Marina oscila entre 10% e 13% e Ciro, de 6% a 11%. A diferença no desempenho desses três candidatos se dá mediante a entrada de Haddad na disputa com apoio claro de Lula.
Sem o endosso de Lula, o ex-prefeito de São Paulo pontua apenas 2% das intenções de voto. Com o apoio do ex-presidente, o desempenho de Haddad salta para 11%. Nesse caso, 39% dos votos de Lula migrariam para o possível substituto, segundo a pesquisa. Lula é a opção oficial do PT para a corrida presidencial deste ano, mas pode ter sua candidatura barrada pela lei da Ficha Limpa. (Leia: Fora o TSE, há mais uma saída jurídica que pode tornar Lula candidato)
Como fica a disputa se Haddad entrar sem o apoio de Lula
Como fica a disputa se Haddad entrar com o apoio de Lula
Quando considerado, Lula lidera a pesquisa com 29% das intenções de voto. Bolsonaro tem 19% e Marina, 10%.
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que está sob pressão por não decolar nas pesquisas, tem no máximo 8% das intenções de voto, segundo a sondagem da XP/Ipespe. Álvaro Dias (Podemos) fica com 6%. Os demais candidatos não pontuam mais que 2%.
A sondagem ouviu mil pessoas entre os dias 11 e 13 de junho. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE com o número BR-07273/2018.