O presidente do Senado, Renan Calheiros: Renan responde ainda a outro processo em tramitação na Corte em que é acusado de receber propina da construtora Mendes Júnior (Paulo Whitaker/REUTERS)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2016 às 21h25.
Após ser conduzido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo da Lava Jato, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff também está sob comando de outro investigado no esquema de desvios da Petrobras.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) é alvo de nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Lava Jato.
Ele responde ainda a outro processo em tramitação na Corte em que é acusado de receber propina da construtora Mendes Júnior em troca de emendas parlamentares.
De acordo com as investigações, o empresário Claudio Gontijo, lobista da empreiteira, teria feito pagamentos a Mônica Veloso, jornalista com quem o senador teve um relacionamento extraconjugal. Em 2007, o processo levou Renan a renunciar à presidência do Senado para escapar da perda de mandato. O parlamentar diz já ter dado as devidas explicações sobre o assunto.
Na Lava Jato, a Procuradoria Geral da República (PGR) investiga se o peemedebista cometeu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com o delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, o doleiro Alberto Youssef teria prometido dar R$ 2 milhões a Calheiros para evitar a instalação de "uma CPI da Petrobras".
O senador nega conhecer Ceará, e Youssef negou que tenha dito que o dinheiro era para Renan.
Também em delação, o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que Renan recebeu US$ 6 milhões por meio do lobista Jorge Luz, apontado como um dos operadores de propinas, referentes a um contrato de afretamento do navio-sonda Petrobras 10.000.
Mais uma vez, o parlamentar nega as acusações.
Nos dois inquéritos abertos mais recentemente no STF, Renan é investigado por supostas irregularidades em contratações na Transpetro e por suposto conluio com o senador Aníbal Gomes (PMDB-CE) para facilitar a contratação de empresas pela Petrobras.
Renan também rechaça essas acusações e diz que nunca permitiu a Gomes que falasse em seu nome.
Renan é suspeito ainda de desvio de dinheiro público, uso de documento falso e falsidade ideológica. Isso porque teria apresentado notas fiscais falsas para comprovar ter renda suficiente para pagar as despesas de uma filha que teve fora do casamento. A suspeita é que os valores foram pagos por empreiteiras.