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Vou até em uma enfermaria para ter debate, diz Haddad

Para veículos estrangeiros, o candidato do PT á Presidência afirmou que irá moderar o tom e que "não há democracia sem debate"

Debate: junta médica não libera Bolsonaro para debate da Band (Montagem/Exame)

Debate: junta médica não libera Bolsonaro para debate da Band (Montagem/Exame)

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Clara Cerioni

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 11h40.

Última atualização em 10 de outubro de 2018 às 12h12.

São Paulo- O candidato do PT á Presidência da República, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (10) que pode moderar o tom para que o seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), participe dos debates presidenciais deste segundo turno.

“Não existe democracia sem debate. Vou em qualquer ambiente que ele quiser, vou até em uma enfermaria. Prometo moderar o tom, vou falar docemente para ele não se estressar. Não há como se acovardar. Os brasileiros precisam saber a verdade sobre as coisas e a melhor forma é um debate entre os candidatos”, disse Haddad durante entrevista coletiva à imprensa internacional, nesta quarta-feira, 10.

Nesta quarta-feira (10), Bolsonaro recebeu a visita de uma junta médica que não o liberou para participar do debate na TV Bandeirantes, previsto para quinta-feira (11), além de proibir atividades de campanha eleitoral.

O candidato, que se recupera de um ataque a faca sofrido durante evento de campanha no começo de setembro, será reavaliado novamente na próxima quinta-feira e deve ser liberado, segundo a junta médica.

Para Haddad, as chamadas fake news não terão tanta força neste segundo turno se os dois candidatos se enfrentarem nos debates. “Infelizmente a Justiça ainda não está preparada para enfrentar as fake news. Tiramos 33 notícias falsas do ar contra a minha candidata a vice (Manuela d’Ávila), mas o estrago na imagem foi feito. Notícias que foram disparadas pelo Whatsapp. Não se pode contar com a boa fé das pessoas desse jeito. Por isso, acredito que essas notícias falsas terão peso menor agora, se tiver debate”, ressaltou.

Sem banqueiro na Fazenda

O petista também ressaltou que não deverá convidar um banqueiro para assumir o ministério da Fazenda. Segundo ele, o novo ministro, caso chegue ao Palácio do Planalto, será uma pessoa do setor produtivo.

"Será uma pessoa comprometida com a produção, com o desenvolvimento econômico com inclusão. Não será uma pessoa ligada ao setor bancário", disse Haddad.

Ele acrescentou que uma das metas é reduzir a carga tributária para o setor produtivo e as alíquotas de imposto de renda, para quem ganha até 5 mil reais para estimular o consumo.

"São dois projetos muito diferentes. A proposta dele (Bolsonaro) aprofunda a agenda Temer (Michel) e de uma forma piorada. Não haverá crescimento se o consumo não aumentar", afirmou.

Haddad também disse que está aberto ao diálogo com partidos e sociedade civil. "Terei encontros com as centrais sindicais que vão nos apoiar, porque eles estão com medo de perder direitos e vão perder, se o outro candidato ganhar. Além disso, tenho marcada uma reunião com a CNBB (Confederação Nacional dos Bisbos do Brasil) para esclarecer muito coisa e conter as mentiras. É mentira toda hora propagada pelas redes sociais."

O petista fez um meia-culpa ao dizer que o PT errou em não fazer a reforma política já nos primeiros meses de governo, em 2003. Segundo ele, o financiamento privado em campanhas deveria ter sido proibido para coibir práticas "equivocadas" das pessoas.

"Erramos em não ter feito a reforma política. Se não tem como controlar o financiamento de empresas em campanhas tem que proibir. Deveríamos ter feito isso logo nas primeiras horas de 2003", afirmou.

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