Brasil

Votação do relatório da CPMI da JBS fica para amanhã

No documento, Marun pede o indiciamento de seis pessoas entre as quais o do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e seu ex-chefe de gabinete

JBS: os parlamentares chegaram a debater uma possível prorrogação da CPMI por até 60 dias (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: os parlamentares chegaram a debater uma possível prorrogação da CPMI por até 60 dias (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 16h25.

Depois de um intenso debate e da apresentação de um pedido de vista coletiva, que significa mais tempo para analisar a proposta, será votado amanhã (13), às 9h30, o relatório final do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS.

Um grupo formado pelos deputados Delegado Francischini (SD-PR), João Gualberto (PSDB-BA) e Hugo Leal (PSB-RJ) e pelo senador Lasier Martins (PSD-RS) criticou as conclusões de Marun, que no documento pede o indiciamento de seis pessoas entre as quais o do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e seu ex-chefe de gabinete, o procurador Eduardo Pelella, por prevaricação, abuso de autoridade e pela Lei de Segurança Nacional, por incitação à subversão da ordem política.

Além do recuo no pedido de indiciamento dos procuradores, o grupo criticou outras recomendações feitas por Marun, que na próxima quinta-feira (14) tomará posse como ministro da Secretaria de Governo, no lugar de Antonio Imbassahy.

"Ainda estamos dentro da trincheira na luta contra o indiciamento dos procuradores, inclusive do grande coordenador da Lava Jato, Rodrigo Janot, contra o relatório final querendo pautar Lei de Abuso de Autoridade , contra mudança radical na lei das delações premiadas", disse Francischini.

Ele acrescentou que o relatório de Marun traz ações que visam a uma vingança privada contra o Ministério Público e a Polícia Federal. "São leis que não acrescentam em nada", ressaltou.

Os quatro parlamentares pretenden apresentar um voto em separado - voto divergente - conjunto. Para eles, não há comprovação de autoria e materialidade que justifique os indiciamentos propostos por Carlos Marun.

Outro deputado que fez críticas ao trabalho do relator foi João Gualberto (PSDB-BA). "Estou frustrado , decepcionado, triste, envergonhado. O objetivo dessa CPMI não foi outro a não ser acabar com a Operação Lava Jato através de uma legislação que reveja o instrumento da delação premiada, que o foi o mais importante para descobrir esses crimes. Para o relator, os criminosos no Brasil são a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário, e não os corruptos e corruptores", afirmou.

Prorrogação

Com prazo de encerramento previsto para 22 de dezembro, os parlamentares chegaram a debater também uma possível prorrogação da CPMI por até 60 dias. O presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), ressaltou, porém, que a medida depende do recolhimento de assinaturas de um terço dos congressistas de cada Casa.

Ataídes chegou a dizer que também queria prorrogar os trabalhos, mas ressaltou que, depois que deputados começaram a querer ouvir políticos, percebeu que a medida não teria apoio. Mesmo assim, o senador Lasier Martins afirmou que, na sessão do Congresso marcada para a tarde desta terça-feira (12), vai se empenhar e recolher assinaturas com esse objetivo.

Acompanhe tudo sobre:CongressoDelação premiadaJBSOperação Lava JatoRodrigo Janot

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final