O BEA deve divulgar um novo relatório parcial do caso no final de julho (AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2011 às 10h37.
Paris - Os pilotos do voo 447, da Air France, que caiu no Atlântico em meados de 2009, tiveram problemas com leituras diferentes da velocidade da aeronave. Apesar de seus esforços para controlar o avião, ele perdeu velocidade e caiu em três minutos e meio, segundo um relatório parcial divulgado hoje pelo Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, na sigla em francês), baseado na análise das caixas-pretas encontradas no fundo do oceano no início do mês.
O relatório dá detalhes sobre os últimos minutos antes do acidente, que matou todas as 228 pessoas a bordo. Ele confirma informações vazadas anteriormente, segundo as quais os pilotos tiveram informações conflitantes dos sensores da aeronave. O avião partiu do Rio de Janeiro e seguiria até Paris, porém caiu na noite de 31 de maio de 2009. O escritório não tentou identificar a causa do acidente nem atribuir responsabilidades. O BEA deve divulgar um novo relatório parcial do caso no final de julho.
A agência afirmou que o avião entrou em uma zona de turbulência e, em seguida, o dispositivo que mostra a velocidade caiu de 275 nós para 60 nós. Depois, houve uma rápida queda em outro aparelho que indica velocidade na cabine de comando. Nesse momento, o avião voou para cima e começou a ganhar altitude. Apesar dessa ação corretiva do copiloto na posição do avião, ele começou a perder velocidade, o que ocorre quando a aeronave não recebe impulso suficiente da passagem do ar pela asa para permanecer no ar.
Dados iniciais enviados automaticamente por rádio pouco antes do acidente indicaram que o problema pode ter sido causado pelo congelamento dos sensores de controle de velocidade. "Apenas após longo e detalhado trabalho investigativo as causas do acidente serão determinadas e as recomendações de segurança, divulgadas", afirmou o BEA no relatório.
A fabricante do avião, Airbus, afirmou em comunicado que os dados divulgados hoje pelo BEA são "consistentes com os fatos publicados nos relatórios preliminares e parciais" do próprio escritório francês. A Airbus qualificou o novo material investigativo como "um passo significativo para a identificação da cadeia completa de eventos que levou a este trágico acidente". As informações são da Dow Jones.