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Volta às aulas: baixa vacinação expõe crianças à meningite e catapora

Em 2017, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Brasil registrou os mais baixos índices de vacinação em 16 anos

Vacina tetravalente: criança recebe dose de vacina obrigatória para menores de 1 ano, que protege contra Difteria, Tétano, Coqueluche e Meningite (Maurilio Cheli/Divulgação)

Vacina tetravalente: criança recebe dose de vacina obrigatória para menores de 1 ano, que protege contra Difteria, Tétano, Coqueluche e Meningite (Maurilio Cheli/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 12h25.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2019 às 12h29.

São Paulo - O ano letivo já começou e, ao dividir o mesmo espaço, muitas crianças estão vulneráveis à transmissão de algumas doenças como meningite meningocócica, poliomielite, pneumonia e catapora.

Em alguns Estados do País, como Espírito Santo e Paraná, a carteirinha de vacina passou a ser obrigatória para a realização de matrículas em escolas públicas e particulares, como forma de atestar que os estudantes estão em dia com a imunização orientada pelo Ministério da Saúde.

Em 2017, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Brasil registrou os mais baixos índices de vacinação em 16 anos. A entidade aconselha aos pais a atualização da caderneta para prevenir casos de doenças de transmissão interpessoal.

"É importante que os pais e responsáveis não deixem as vacinas das crianças em atraso. A imunização é uma das melhores formas de proteção contra doenças sérias como meningite meningocócica, poliomielite, catapora e pneumonia, que podem até levar a óbito, especialmente crianças pequenas", afirma o infectologista Jessé Alves, gerente médico de vacinas da GSK.

O Ministério da Saúde orienta a vacinação das crianças de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunizações e quase todas aquelas recomendadas estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde pelo SUS.

O infectologista Jessé Alves enfatiza a importância da vacinação também de familiares dos alunos. "Alguns bebês e crianças não podem receber determinadas vacinas devido a alergias graves, sistemas imunológicos debilitados ou outras razões. Para ajudar a mantê-los protegidos, é importante que outros membros da família estejam vacinados. Isso não apenas protege sua família, mas também ajuda a prevenir e evitar a disseminação de doenças para essas pessoas", alerta.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) possuem calendários de vacinação com recomendações que complementam o Programa Nacional de Imunizações, abrangendo também vacinas que atualmente só estão disponíveis na rede privada para crianças e jovens.

Meningite Meningocócica

Uma das doenças graves que pode ser prevenida por vacinação é a meningite meningocócica. É uma infecção bacteriana das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo causar sequelas e até mesmo causar a morte. Ela é provocada pela bactéria Neisseria meningitidis que possui 12 sorogrupos identificados, sendo que cinco deles são os mais comuns (A, B, C, W e Y).

Atualmente, existem vacinas para a prevenção dos cinco sorogrupos mais comuns no Brasil, contra a meningite meningocócica causada pelo tipo B e contra os tipos A, C, W e Y. A vacina para a prevenção do meningococo B está indicada a partir dos dois meses de idade até os 50 anos. Apesar disso, a imunização só está disponível na rede privada, a um custo médio de R$ 500 reais.

A vacina para prevenção da doença meningocócica causada pelos tipos A, C, W e Y também é oferecida apenas na rede privada a partir dos três meses de vida.

Nos postos públicos de saúde, a vacina contra a doença causada pelo meningococo C é gratuita para crianças menores de cinco anos de idade e adolescentes de 11 a 14 anos.

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