Volta a atividades presenciais: 65% dos brasileiros retomaram trabalho fora de casa (Getty Images/Getty Images)
Carla Aranha
Publicado em 3 de agosto de 2021 às 15h55.
Última atualização em 3 de agosto de 2021 às 16h28.
Diante da crise hídrica e do encarecimento da tarifa de energia elétrica, que subiu em julho para R$ 9,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos (um aumento de 52% em relação a junho), a Associação Brasileira dos Comercialiazadores de Energia (Abraceel) decidiu ouvir a opinião dos brasileiros sobre o atual panorama do setor elétrico, em conjunto com o Datafolha. A pesquisa foi realizada por meio de 2.081 entrevistas em 130 municípios de todo o país, no mês de maio.
A maioria dos consumidores (83%) considera a energia elétrica cara ou muito cara, sendo que 53% atribuem o problema à incidência de impostos na tarifa. Para 19%, a falta de concorrência no setor é o principal motivo para os preços altos. Essa percepção é aguçada entre pessoas que completaram o ensino superior, moram em regiões metropolitanas e pertencem à classe A/B.
A pesquisa também perguntou qual tem sido o impacto da alta na conta de luz. Para 67%, a tarifa de energia elétrica passou a pesar mais no orçamento familiar e 61% reduziram o consumo de energia elétrica. E, com mais gente em casa em função da pandemia, os gastos com eletricidade aumentaram, na opinião de 78% dos consumidores.
Volta ao trabalho
Agora, com o avanço da vacinação no país, os brasileiros estão ficando menos em casa: 65% passaram a sair com frequência para trabalhar ou exercer outras atividades. Entre os moradores do Norte e Centro-Oeste, 73% passaram a frequentar presencialmente o local de trabalho, diante de 66% daqueles do Sul e 65% do Sudeste.
Os profissionais dos estratos socioeconômicos mais favorecidos lideram a volta às atividades presenciais Entre os trabalhadores das classes A e B, 70% dizem ter retomado a atividade profissional in loco, contra 57% daqueles das classes D e E.
Um em cada quatro brasileiros sai apenas quando necessário, enquanto 6% estão vivendo normalmente e 3% não saem de casa de jeito nenhum. Entre os homens, 7% afirmam ter retomado a rotina pré-pandemia, diante de 4% das mulheres. A respeito daqueles que se mantém totalmente isolados, os idosos formam o grupo predominante: entre as pessoas com mais de 60 anos, 6% estão nesta condição, contra 2% daqueles com até 49 anos.