Pelo Twitter, o Metrô orientou os ciclistas a ter cuidado ao trafegar pelo local (LeoMSantos/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2012 às 15h08.
O choque entre duas composições da Linha Três-Vermelha do Metrô, na manhã desta quarta-feira, na Zona Leste da capital paulista, assustou os usuários. O impacto foi tão forte que, segundo relatos de quem estava no local, quase todos os passageiros a bordo de um dos trens foram ao chão. Foi o que contou o professor Róbson Fernando, de 29 anos.
Segundo Róbson, a outra composição estava vazia. Ele estranhou a proximidade entre os dois trens e, logo em seguida, ouviu o barulho de uma freada e caiu. Os dois trens bateram às 9h50 embaixo do Viaduto Antonio Abdo. "Voei dois metros", contou Róbson ao site de Veja. Muitas pessoas caíram em cima dele. "Todo mundo caiu - até quem estava sentado".
Róbson reclamou da falta de informações logo após o acidente. Ele relatou que muitas pessoas entraram em pânico e começaram a quebrar as janelas de emergência para poder sair dos vagões. O professor disse que tentou manter a calma e esperou cerca de 40 minutos até os funcionários do Metrô começarem a retirar os passageiros. Eles colocaram escadas para que as pessoas saíssem. Muitas tiveram de andar pelos trilhos. Logo em seguida, receberam instruções para entrar em ônibus que estão fazendo operação de apoio.
Por causa do acidente, muitos passageiros também tiveram de andar pela ciclovia. Pelo Twitter, o Metrô orientou os ciclistas a ter cuidado ao trafegar pelo local. O trânsito ainda é muito complicado na Radial Leste.
Feridos - Segundo o major Fábio Barbieri, do Corpo de Bombeiros, 33 pessoas ficaram feridas no acidente - duas com suspeita de traumatismo craniano e lesão cerebral moderada - e foram levadas para três hospitais. Uma mulher grávida, embora não tenha ficado ferida, também foi levada para o hospital por estar abalada emocionalmente.
Ainda não se sabe quantas pessoas estavam no trem que bateu. Ao todo, cem pessoas, entre homens do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e do SAMU trabalham no resgate. De acordo com Barbieri, houve pânico entre os passageiros, que não conseguiam abrir as janelas de emergência, e dificuldade de atendimento por causa do local da batida - embaixo de um viaduto.
O técnico em Telecomunicações Cleyton Vitor Lima, de 28 anos, pega o Metrô diariamente na estação Artur Alvim até a Marechal Deodoro. Ele estava em um dos trens que bateram.
Cleyton contou ao site de Veja que, como todos os dias, a plataforma estava lotada na hora em que entrou em um vagão. Disse que a colisão foi muito forte e que só não caiu porque estava encostado em uma das portas. Muitos passageiros caíram em cima dele.
"Subiu uma fumaça muito forte e e as luzes se apagaram", disse Cleyton, que precisou andar pelos trilhos para sair do local do acidente.
Segundo ele, a plataforma de emergência é muito estreita, o que dificultou a saída de idosos e mulheres grávidas. O técnico também reclamou que os bombeiros demoraram para chegar.