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Jovem negro desabafa nas redes sociais sobre arrastões no RJ

Fluminense criticou a política utilizada para "prevenir" arrastões nas praias da cidade: impedir jovens negros da periferia de frequentá-las


	"Enquanto você tem medo de ir à praia e perder seu Iphone, eu tenho receio de morrer", postou o editor Ernesto Xavier
 (Reprodução/Facebook/Ernesto Xavier)

"Enquanto você tem medo de ir à praia e perder seu Iphone, eu tenho receio de morrer", postou o editor Ernesto Xavier (Reprodução/Facebook/Ernesto Xavier)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 18h23.

São Paulo - Em tempos em que a Polícia Militar do Rio de Janeiro impede que adolescentes da periferia vão à praia para "prevenir" arrastões, um jovem negro fluminense faz um desabafo nas redes sociais.

"Durante toda a vida, fui 'confundido' com bandido apenas por ser negro. Meu mundo é assim. A toda hora ter que provar que sou honesto", diz o editor Ernesto Xavier.

Sou negro. Neste momento estou trajando bermuda de praia e camiseta. Estou em Copacabana. Vou correr na areia da praia....

Posted by Ernesto Xavier on Quinta, 24 de setembro de 2015

O depoimento de Ernesto Xavier carrega o debate sobre a violência no Rio de Janeiro, com os arrastões do último fim de semana, e também as políticas de segurança equivocadas das autoridades, em um verdadeiro Minority Report do crime.

O foco do "trabalho preventivo"do policiamento tem sido jovens negros e pobres.

Uma reportagem do Extra mostrou que ônibus com adolescentes da periferia carioca eram revistados pela PM simplesmente por ter adolescentes indo à praia.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, justifica que esses menores não pagam passagem do ônibus e, por isso, vêm sendo monitorados pela polícia. Segundo ele, a intenção dos adolescentes é roubar na praia.

Ante as palavras do governador, Ernesto explica que uma simples corrida na orla do Rio é um risco à própria vida:

"Enquanto você tem medo de ir à praia e perder seu Iphone, eu tenho receio de morrer.
Não é justo pra ninguém, correto?"

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