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Viúva de Janene diz desconhecer esquema da Petrobras

Stael definiu o perfil de Janene como um homem que controlava bem o dinheiro e não revelava seus negócios


	José Janene (PP), na Câmara, em 2005: a viúva diz que nunca teve conta conjunta com o político, mas admitiu que pode ter assinado sem ler documentos oferecidos pelo ex-deputado
 (Arquivo/VEJA)

José Janene (PP), na Câmara, em 2005: a viúva diz que nunca teve conta conjunta com o político, mas admitiu que pode ter assinado sem ler documentos oferecidos pelo ex-deputado (Arquivo/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2015 às 12h42.

Brasília - Em depoimento à CPI da Petrobras, a viúva do ex-deputado José Janene disse desconhecer o envolvimento do ex-marido no esquema de corrupção na Petrobras. "Ele não ia confiar nenhum segredo a mim", disse Stael Fernanda Janene.

Embora seja favorecida por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) que a desobriga de falar sobre o que possa comprometê-la, Stael resolveu responder às dúvidas dos deputados.

Ela definiu o perfil de Janene como um homem que controlava bem o dinheiro e não revelava seus negócios. "Não tenho nada a acrescentar ao trabalho de vocês", disse.

A viúva contou que o doleiro Alberto Youssef convivia com a família, principalmente nos finais de semana, e que é padrinho de seu filho de 11 anos.

Questionada sobre uma conta de Janene no exterior detectada pela consultoria Kroll, Stael disse que não sabia dessa conta. "Ele jamais iria me falar. Ele não era uma pessoa de confiar", contou.

Segundo o primeiro rastreamento de ativos da Kroll, Janene tinha 100 milhões de euros no exterior e, com uma procuração, Youssef teria movimentado a conta após sua morte, em 2010.

Ela disse que nunca teve conta conjunta com Janene, mas admitiu que pode ter assinado sem ler documentos oferecidos pelo ex-deputado.

Aos parlamentares, ela revelou que o ex-deputado nunca falou sobre a proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou com o ex-ministro José Dirceu.

"Ele era um homem muito assediado", enfatizou. Stael afirmou que, quando o ex-deputado morreu, "ouviu falar" de Paulo Roberto Costa, que era "muito amigo" de Janene, mas que não o conhecia pessoalmente. A viúva disse não acreditar que Janene "mandasse" na Petrobras.

Ela admitiu que Janene sonegava impostos, que ele "pegava dinheiro quente e esfriava", e que hoje todos os bens deixados por ele estão bloqueados na Justiça. "Até o ar que eu respiro está indisponível", afirmou.

Stael, que hoje é corretora de imóveis e vive de pensão do ex-marido, disse que se separou no final de 2008, e que o escândalo do mensalão e traições contribuíram para o fim do relacionamento.

Ela destacou que não acompanhou de perto os momentos finais da vida de Janene, mas que não tem dúvidas de sua morte. "Participei de toda a cerimônia de velório e enterro dele", declarou.

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