Aguinaldo Ribeiro: segundo o deputado, o governo espera a comissão especial, que continuará a discussão do texto da reforma da previdência (foto/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de maio de 2017 às 06h34.
Última atualização em 2 de maio de 2017 às 07h05.
Brasília - O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou, após a reunião com o presidente Michel Temer, que, durante mais de três horas, ministros e lideres fizeram uma avaliação da reforma trabalhista e analisaram o cronograma da semana no Congresso.
De acordo com o líder, a aprovação da trabalhista por 296 votos representou uma "vitória maiúscula" e que agora é o "momento de consolidação da base".
Segundo Ribeiro, o governo espera a comissão especial, que continuará a discussão do texto da reforma da previdência amanhã, também mostrará a força do governo e que acredita em uma vitória "expressiva na comissão".
"Nós temos a convicção que temos a maioria ampla na comissão, estamos trabalhando ainda com alguns partidos, aquelas dúvidas que há em relação ao texto para ajustar o placar amplamente majoritário", disse.
Para ser aprovado na comissão, é necessário ter metade dos votos presentes, desde que haja quórum mínimo de 19 parlamentares.
Ribeiro disse ainda que dentro do cronograma da semana foi colocado também a votação da MP 752, que trata de concessões e a conclusão dos destaques da divida dos estados.
Segundo o líder, não houve discussão para a mudança do texto e que agora é preciso esclarecer a reforma da previdência para a população.
Questionado se na conversa também foi discutida a insatisfação da base aliada com os "traidores" da base aliada que não votaram com o governo na reforma trabalhista, Ribeiro disse que "não foi o tema até porque estava o ministro Meirelles".
"O que se está fazendo é, dentro de um diálogo, procurar ainda essa consolidação da nossa base. Já tivemos uma série de motivações e estamos trabalhando no diálogo. O que posso garantir que tem uma cobrança da própria base para isso."
Na última sexta-feira, o responsável pela articulação do governo com o Congresso, o ministro Imbassahy admitiu que a reforma trabalhista deixou alguns aliados insatisfeitos, que o governo terá que fazer "os necessários ajustes" para evitar uma contaminação na base que amplie a dificuldade em torno da reforma da Previdência e que é preciso "tirar a laranja podre do cesto".
"Teve uma romaria, já vinha tendo esse tipo de inquietação, mas a partir da votação do trabalho aumentou", disse ao Broadcast Político.
"Há parlamentares da base que estão inconformados com a conduta de seus parceiros", completou. Segundo Imbassahy, o governo vai atender as solicitações "dentro da análise e interpretação".
"O que nos interessa é ter o voto (na reforma da previdência), mas também não dá pra conviver com situação em que parlamentares que tem posições no governo, cargos, atenção que o presidente dispensa e não contar com o voto", completou.
"Não podemos arriscar ter menos de 308 por uma contaminação da base. Nem pensar. Temos que tirar a laranja podre do cesto", ressaltou.
Além de Temer, Meirelles e Ribeiro estiveram na reunião o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha; o Ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassay; Ministro da Educação, Mendonça Filho; Ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco; Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); Senador Romero Jucá, líder do Governo no Senado; Deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da Reforma da Previdência; Deputado Heráclito Fortes (PSB-PI); e o Secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano. (Carla Araújo)