Lula: presidente já desembarcou na China (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Agência
Publicado em 12 de abril de 2023 às 17h58.
Última atualização em 12 de abril de 2023 às 18h17.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva inicia nesta quarta-feira sua visita de quatro dias à China. É esperado que a viagem eleve as relações bilaterais, tanto políticas quanto econômicas, a um novo patamar e contribua com energia positiva para a complexa situação internacional.
Acompanhado por centenas de empresários, governadores estaduais, congressistas e ministros, Lula fará sua terceira visita oficial à China como presidente do Brasil. A visita estava originalmente marcada para março, mas foi adiada devido às condições de saúde de Lula. Também será a primeira viagem de Lula fora do Hemisfério Ocidental desde que assumiu o terceiro mandato em 1º de janeiro.
Sua visita o levará a Xangai e Pequim. Em Xangai, ele participará da inauguração da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff como chefe do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics. Em Pequim, Lula se encontrará com o presidente Xi Jinping, o primeiro-ministro Li Qiang e Zhao Leji, presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, o principal órgão legislativo do país.
“Os dois lados mantiveram comunicação próxima sobre a visita”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, na terça-feira. “O fato de Lula liderar uma grande delegação à China em sua visita de Estado tão logo após sua recuperação indica a importância elevada que ambos os lados atribuem a essa visita e a nossas relações bilaterais.”
A China está pronta para trabalhar com o Brasil e aproveitar esta visita como uma oportunidade para atualizar a cooperação mutuamente benéfica e amistosa em vários setores e trazer mais energia para que os países em desenvolvimento coordenem em unidade e lidem conjuntamente com os desafios globais, disse Wang.
De acordo com uma declaração do escritório de imprensa de Lula, cerca de 20 acordos bilaterais devem ser assinados durante a visita.
A relação China-Brasil tem sido mais próxima e o comércio aumentou de forma contínua e sustentável desde 2004, quando Lula visitou Pequim pela primeira vez. Em 2009, ele visitou a China pela segunda vez.
A China tem sido o maior parceiro comercial do país sul-americano desde 2009. Segundo a Administração Geral de Alfândegas, o comércio bilateral alcançou US$ 171,49 bilhões em 2022, um aumento anual de 4,9%.
“Durante a visita, espera-se que os dois países consolidem a base da cooperação existente em setores tradicionais, como construção de infraestrutura, agricultura e mineração, e expandam a cooperação em novas áreas, incluindo a economia verde, economia digital e alta tecnologia”, disse Wang Youming, diretor do Instituto de Países em Desenvolvimento do China Institute of International Studies.
A cooperação bilateral já rendeu frutos antes da chegada de Lula. Em 7 de fevereiro, o Banco Popular da China, o banco central do país, assinou um memorando de cooperação com o Banco Central do Brasil para estabelecer acordos de compensação em renminbi no Brasil, uma medida que impulsionará a facilitação do comércio e do investimento bilateral.
Desde o estabelecimento das relações diplomáticas há quase meio século, as relações entre a China e o Brasil mantiveram um crescimento constante em meio às mudanças no cenário internacional e alcançaram resultados frutíferos na cooperação prática em diversos setores, estabelecendo um bom exemplo para os principais países em desenvolvimento que buscam o desenvolvimento conjunto por meio da solidariedade e colaboração.
De acordo com Wang do CIIS, o desenvolvimento das relações China-Brasil ajudará a impulsionar a cooperação da China com a América Latina e a aprofundar as relações da China com organizações regionais como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
“Em um momento em que o cenário internacional está sofrendo volatilidade sistemática e o sistema de governança global está fragmentado, a coordenação e as interações entre os dois países em questões globais quentes também revelarão as opiniões independentes dos países em desenvolvimento e importantes economias emergentes no que diz respeito à segurança global e à ordem internacional”, acrescentou.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Diário do Povo