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Visita de Bolsonaro a hospital teve beijo na mão e autógrafos

Presentes na visita à obra, Mandetta e Caiado não acompanharam Bolsonaro na aproximação com os apoiadores

Bolsonaro visita obra de hospital de campanha em Águas Lindas, Goiás 11/4/2020  (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro visita obra de hospital de campanha em Águas Lindas, Goiás 11/4/2020 (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2020 às 11h36.

Última atualização em 12 de abril de 2020 às 13h26.

Ao visitar a construção de um hospital de campanha para atender pacientes com covid-19 na cidade goiana de Águas Lindas, ontem, o presidente Jair Bolsonaro voltou a desrespeitar recomendações sanitárias indo ao encontro de apoiadores e causando aglomeração.

Inicialmente, Bolsonaro usou máscara, mas depois tirou a proteção e seguiu cumprimentando populares. Ele chegou a receber um beijo na mão e autografou a camiseta da seleção brasileira de uma apoiadora.

A ação do presidente teve um tom especial de provocação ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), defensores das medidas de distanciamento social.

Presentes na visita à obra, eles não acompanharam Bolsonaro na aproximação com os apoiadores, ao contrário dos ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura.

Ao ser indagado por que não acompanhou Bolsonaro, Mandetta disse que segue as orientações de distanciamento social. “Eu procuro seguir uma lógica de não aglomeração”, afirmou. “As pessoas que fazem uma atitude dessa hoje, daqui a pouco serão as mesmas que estarão lamentando.”

Questionado se a recomendação de distanciamento vale para Bolsonaro também, o ministro se limitou a responder: “Vale para todos os brasileiros”. Caiado, que é médico, também foi questionado se o presidente não estava dando um mau exemplo à população e reforçou que defende o isolamento social.

Foi após Bolsonaro incentivar, em pronunciamento no mês passado, que as pessoas voltassem “à normalidade” que Caiado anunciou o rompimento com o presidente. Isolado politicamente na crise do coronavírus, Bolsonaro busca uma reaproximação.

Aos jornalistas, o governador, no entanto, reafirmou que mantém as divergências sobre a política de combate ao coronavírus.

“A discordância em relação às propostas de como se trata o coronavírus é uma decisão pessoal. Eu sigo a parte da ciência e as regras do Ministério da Saúde. A minha posição é contra a liberação (do isolamento)”, disse o governador.

Quando o helicóptero de Bolsonaro decolou, Mandetta se aproximou de Caiado batendo palmas. Os dois seguiram juntos para Goiânia.

As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

 

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