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Virá ao Brasil primeira missão americana após impeachment

A secretária de Estado adjunta prevê abordar a cooperação de seu país com o Brasil e assuntos como os Jogos Olímpicos, além dos esforços na luta contra o zika


	Estados Unidos: a secretária de Estado adjunta prevê abordar a cooperação de seu país com o Brasil e assuntos como os Jogos Olímpicos, além dos esforços na luta contra o zika
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Estados Unidos: a secretária de Estado adjunta prevê abordar a cooperação de seu país com o Brasil e assuntos como os Jogos Olímpicos, além dos esforços na luta contra o zika (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2016 às 20h08.

Washington - A secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Mari Carmen Aponte, viajará nos dias 2 e 3 de junho ao Brasil na primeira visita oficial ao país, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Aponte irá ao Brasil após visitar Montevidéu (Uruguai) entre 31 de maio e 2 de junho para liderar a delegação dos EUA no encontro regional da iniciativa Open Government Partnership (OGP) e se reunir com membros do governo, segundo informou hoje o Departamento de Estado em comunicado.

De Montevidéu, a diplomata americana irá a São Paulo e Brasília na primeira visita de um representante dos EUA ao Brasil após o afastamento de Dilma e a nomeação de Michel Temer como presidente interino.

Em Brasília, Aponte se reunirá com membros do Governo, entre eles o novo ministro das Relações Exteriores, José Serra.

A diplomata prevê abordar a cooperação de seu país com o Brasil e "assuntos em nível regional e global", como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio de Janeiro, além dos "esforços compartilhados" na luta contra o vírus da zika.

O comunicado não faz menção a nenhuma das duas crises mais agudas do continente: o processo de destituição de Dilma e a situação na Venezuela, país ao qual a Organização dos Estados Americanos (OEA) poderia aplicar em questão de dias a Carta Democrática.

A missão dos EUA na OEA defendeu na semana passada que no Brasil não há um golpe de Estado "suave" nem de nenhum outro tipo porque existe "um claro respeito pelas instituições democráticas", algo "que não parece ser o caso na Venezuela".

"Não acreditamos que seja um golpe de Estado suave ou de outro tipo. O que aconteceu no Brasil foi feito seguindo o processo legal constitucional e respeitando completamente a democracia", disse no dia 18 de maio à Efe o representante interino dos EUA na OEA Michael Fitzpatrick.

O diplomata americano foi o único dos representantes na OEA a rejeitar abertamente a noção de que o processo de destituição de Dilma, seja um "golpe de Estado Parlamentar" ou "um golpe de Estado suave", como defenderam as missões de Bolívia, Nicarágua e Venezuela.

"Como ouvimos claramente (da missão brasileira) há um respeito pelas instituições democráticas, uma clara separação de poderes, rege o Estado de Direito e há uma solução pacífica das disputas. Nada disso parece ser o caso na Venezuela hoje e essa é a preocupação", disse Fitzpatrick.

Tudo aponta para que o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, se tornará na próxima semana no primeiro líder do organismo que aplica este instrumento a um Estado membro contra a vontade de seu governo.

A Carta Democrática é um recurso muito sensível não só porque sua última consequência é a suspensão da OEA, mas porque até agora sempre se aplicou por solicitação ou pelo menos com autorização de Estado afetado, salvo no golpe de Estado de Honduras de 2009, por não ter governo legítimo no poder.

Almagro e Aponte se reuniram na OEA no dia 17 de maio pela primeira vez após a nomeação em 5 de maio da diplomata em substituição a Roberta Jacobson, nova embaixadora dos EUA no México.

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