Geraldo Alckmin: violações aos direitos humanos praticada por agentes públicos não poderão ser objeto de classificação em qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso negado (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 13h28.
São Paulo - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) publicou decreto nesta sexta-feira, 19, em que recua em relação ao sigilo imposto pelo Estado sobre informações em documentos do próprio governo.
O texto afirma que informações sobre condutas que impliquem em "violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de classificação em qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso negado".
Com o novo decreto, o governo se compromete a não editar tabelas que classifiquem previamente papéis como documentos secretos.
"É vedada a fixação prévia de sigilo, sendo obrigatória a análise específica e motivada dos documentos, informações e dados solicitados", diz o decreto, publicado no Diário Oficial do Estado. Exceções serão analisadas caso a caso.
Segundo o novo decreto, "caberá ao secretário de Estado ou ao procurador-geral do Estado designar servidores do respectivo órgão ou entidade vinculada, ou militar do Estado, para classificar a informação, objeto de pedido de informação, em qualquer grau de sigilo".
Também está previsto que, em casos em que o documento contenha graus diferentes de sigilo, deve-se ocultar a parte sob sigilo para divulgar o restante.
A decisão havia sido anunciada na quinta-feira, 18, após novo desgaste do governo estadual sobre o tema em função do veto à divulgação de dados públicos.
Em fevereiro, quatro meses após ter anunciado decreto que revogaria o sigilo, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) tornou a restringir o acesso a documentos - incluindo o histórico de boletins de ocorrência.
Um dos argumentos era a necessidade de preservar as informações pessoais de vítimas e testemunhas. Nesta semana a situação voltou a acontecer.