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Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 20h18.
Rio de Janeiro - Com um samba de Martinho da Vila e Arlindo Cruz que empolgou a Marquês de Sapucaí, a Vila Isabel conquistou o título do Carnaval do Rio de Janeiro pela terceira vez em sua história nesta quarta-feira.
A Vila Isabel, campeã em 1988 e 2006, levou 299,7 pontos e superou Beija-Flor, que ficou em segundo com 299,4, e a campeã de 2012 Unidos da Tijuca, terceira colocada com 299,2 pontos.
Com o samba-enredo "A Vila Canta o Brasil, Celeiro do Mundo - Água no Feijão que Chegou Mais Um", assinado por Martinho de Vila, Arlindo Cruz, André Diniz e companhia, a escola fez um desfile empolgante e tecnicamente sem erros na madrugada de terça-feira, com o samba cantado em coro pelo público.
"Fomos aclamados pelo público e pelos jurados. Foi um desfile perfeito", disse o intérprete da escola, Tinga, depois da apuração das notas.
A carnavalesca veterana Rosa Magalhães admitiu que o samba foi o 'carro-chefe' do tricampeonato. "O que empurrou a escola foi o samba, a música era linda, e quando você tem um bom samba, é meio caminho andado", afirmou.
Entre as 12 escolas que passaram pela avenida nas duas noites de desfiles, a azul e branca de Vila Isabel foi a única a ouvir gritos de campeã ao longo da Sapucaí.
O refrão "festa no arraiá, é pra lá de bom; ao som do fole, eu e você; a Vila vem colher felicidade no amanhecer" embalou a passagem da agremiação, num enredo que contou os hábitos da vida simples do povo do campo e do interior, incluindo um "arraiá" da bateria de espantalhos.
Os representantes das escolas derrotadas reconheceram que a Vila Isabel mereceu a vitória.
"Acho que o título está em boas mãos. A Vila mereceu. Tinha um excelente samba e fez um desfile maravilhoso. Quando eles passaram, senti que eles iam incomodar", disse o intérprete da vice-campeã, Neguindo da Beija-Flor.
A Vila Isabel abriu o desfile com um enorme caixote, símbolo do transporta alimentos do campo para a cidade. Bailarinos representaram as pragas do campo, agricultores e até um casamento caipira, tudo isso sobre o caixote.
O primeiro casal de mestre sala e porta-bandeira desfilou com as fantasias de espantalho e plantação de milho. Também passaram pela avenida plantações de verduras e legumes e a culinária do interior.
Mesmo com a passagem que cativou o público, houve boatos de que a carnavalesca Rosa Magalhães deixaria a escola, o que foi negado pelo presidente Wilson Alves.
"Não sei de onde saiu essa ideia, a Rosa está confirmadíssima e vamos enaltecer o trabalho da carnavalesca campeã", disse ele.
A carnavalesca de 66 anos, que não esteve na apuração devido a uma gripe, falou por telefone com os jornalistas e preferiu destacar o título conquistado. "Acordei com essa notícia, mas o importante é que fomos campeãs... Estou ficando velhinha, trabalho com o Carnaval desde 1971, mas ainda faço das minhas", declarou.
A Inocentes de Belford Roxo ficou em último lugar e foi rebaixada para o grupo de acesso.