Ator Diogo Cintra: a SPTrans determinou o "imediato afastamento" dos funcionários do turno (Facebook/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de novembro de 2017 às 15h29.
Última atualização em 20 de novembro de 2017 às 15h35.
A Prefeitura de São Paulo determinou o afastamento de funcionários que trabalhavam no Terminal Parque Dom Pedro II na madrugada desta quarta-feira, 15, quando um ator negro foi agredido e roubado por um grupo.
Diogo Cintra, de 24 anos, diz que pediu ajuda para vigilantes e que eles negaram socorro por racismo. O caso ocorreu por volta das 5 horas desta quarta-feira, 15.
A SPTrans, responsável pelo terminal de ônibus, determinou o "imediato afastamento" dos funcionários do turno.
Ao ser procurada na sexta-feira, 17, no entanto, a SPTrans havia informado que solicitou esclarecimentos à SPURBANUS, responsável pela administração do Terminal Parque Dom Pedro II, e que iria colaborar com as autoridades para elucidar os fatos.
"Os funcionários permanecerão afastados até que sejam concluídas todas as apurações o fato seja elucidado", diz a SPTrans. "A SPTrans está colaborando com as autoridades policiais para esclarecer o caso o mais depressa possível. O processo de apuração ocorre mesmo durante o final de semana prolongado. A SPTrans reitera repudiar com veemência quaisquer atos de agressões e de racismo".
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que o 1º Distrito Policial, da Sé, instaurou inquérito para investigar o ocorrido. "A vítima será ouvida nos próximos dias. As imagens do Terminal Parque Dom Pedro estão sendo analisadas para a identificação dos autores das agressões".
O caso foi registrado como roubo e lesão corporal no 78º Distrito Policial e foi solicitado um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
O ator saiu de uma balada na região central da cidade de São Paulo por volta das cinco horas da manhã e seguia para casa quando foi abordado por dois homens que pediram celular e dinheiro.
Cintra reagiu e tentou se abrigar no Terminal de Ônibus Parque Dom Pedro II, onde pediu a ajuda de uma segurança. Ela sugeriu que ele pedisse ajuda a seguranças homens, também do terminal.
Nesse momento, porém, os mesmos criminosos que haviam tentado roubá-lo chegaram ao local com um grupo maior de pessoas. Eles o acusaram de ser ladrão e ter roubado o celular de um deles. Ele afirma que tentou convencer os funcionários de que era o dono do aparelho, mas foi forçado a ficar em silêncio.
"Assumindo logo de cara que eu era o culpado, ele me entregou pros caras, que me arrastaram para fora da estação, e lá do lado de fora eu fui ESPANCADO por eles. O segurança chegou a perguntar o que eles iam fazer comigo, e disseram que iam me levar pro 'rio' ", relatou em post no Facebook.