Dilma Rousseff: líder do PT leu em plenário um discurso em defesa da presidente no caso da compra pela Petrobras de uma refinaria em Pasadena (Getty Images/Carlos Alvarez)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 18h51.
Brasília - O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (PT-SP), leu em plenário um discurso em defesa da presidente Dilma Rousseff no caso da compra pela Petrobras de uma refinaria em Pasadena, no Texas. Ele afirmou que os dados de seu discurso foram repassados pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), que o telefonou pedindo que falasse em plenário. Pela manhã, a oposição dominou a tribuna com ataques à presidente.
O jornal O Estado de S. Paulo mostrou que Dilma deu aval, como presidente do Conselho da Petrobras, para a compra que resultou em um prejuízo bilionário para o País. Ela afirma que a decisão foi tomada com base em um "resumo executivo" com informações "incompletas" e tecnicamente "falho". "O ministro Mercadante me ligou e me disse: vou te mandar os dados. Aí eu vim fazer o discurso", contou Vicentinho.
No pronunciamento, o líder petista disse que a negociação para a compra ocorreu antes da descoberta do pré-sal e da crise financeira de 2008. Afirmou que a compra fazia parte de uma estratégia da empresa de ampliar a capacidade de refino de óleo pesado no exterior.
Ele destacou que, após ter comprado a refinaria em 2005 por US$ 42 milhões, a belga Astra, que passou a ser sócia da Petrobras, investiu R$ 84 milhões antes de vender metade do empreendimento à estatal brasileira. Segundo ele, dos R$ 360 milhões pagos em 2006, US$ 170 milhões se referiam a estoque de petróleo. Sustentou ainda que a Petrobras pagou 25% menos do que o valor médio das transações de operações de refino nos Estados Unidos naquele ano.
Vicentinho reforçou a declaração de Dilma de que o resumo executivo que balizou a decisão do Conselho de Administração não continha as cláusulas que levaram ao prejuízo no negócio: Put Option, que obrigava a Petrobras a adquirir a outra metade da refinaria em caso de divergência com a Astra, e Marlim, que assegurava rentabilidade mínima de 6,9% à empresa belga.
Para ele, a informação é verdadeira porque em 2008 o mesmo Conselho se recusou a comprar o restante da refinaria e a Petrobras entrou em uma batalha jurídica com a empresa belga. Somente em 2012 houve o acordo que culminou com a compra depois de decisões judiciais favoráveis a Astra. Em entrevista após o discurso, Vicentinho diz não ver motivo para CPI. "Tem muita onda e muita gente gosta de surfar", ironizou.