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Vice de Janot é exonerada após ser vista em ato contra Temer

Um vídeo que circula na internet mostra Ela em manifestação que aconteceu em junho deste ano, em Portugal contra o impeachment


	Ela Wiecko (à esq, segurando a faixa, de óculos escuros): um vídeo que circula na internet mostra Ela em protesto que aconteceu em junho deste ano, em Portugal contra o impeachment
 (Reprodução/Rede TVT)

Ela Wiecko (à esq, segurando a faixa, de óculos escuros): um vídeo que circula na internet mostra Ela em protesto que aconteceu em junho deste ano, em Portugal contra o impeachment (Reprodução/Rede TVT)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2016 às 18h40.

Brasília - A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, pediu dispensa do cargo, após a divulgação de um vídeo em que aparece em uma manifestação contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Ela era a vice do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que aceitou a entrega do cargo. Em nota, a assessoria da Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a dispensa, que será publicada no Diário Oficial da União.

"Na Vice-Procuradoria-Geral da República, ela foi responsável por importantes projetos na área de direitos humanos, como a criação do Comitê Gestor de Gênero e Raça do Ministério Público Federal e a defesa da legalidade da Lista Suja do trabalho escravo. Também teve atuação de destaque no Conselho Superior do Ministério Público Federal e nos processos junto à Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça", diz a nota da assessoria da PGR. Ela deixa o cargo, mas não a carreira. Ela é subprocuradora da República.

Um vídeo que circula na internet mostra Ela em manifestação que aconteceu em junho deste ano, em Portugal. Na gravação, Ela Wiecko aparece de óculos escuros segurando uma faixa onde se lê "Fora Temer", o famoso bordão contra o presidente em exercício Michel Temer.

À reportagem, a vice-procuradora-geral confirmou que participou da manifestação, mas disse que não iria comentar o assunto. "Foi em junho, quando eu estava de férias", limitou-se a dizer.

Ela foi indicada por Janot para assumir a vice-procuradoria-geral em 2013 e é responsável por conduzir as investigações que correm no Superior Tribunal de Justiça (STJ), como a "Operação Acrônimo", que tem entre os alvos o governador de Minas Fernando Pimentel, do PT. Também é a vice-PGR que substitui Janot nas ausências.

No vídeo, o professor da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos, diz que a comunidade internacional não vai aceitar o impeachment. "Somos contra o golpe, a favor da democracia no Brasil, e tudo faremos internacionalmente para mostrar que esse golpe é realmente um golpe que visou com que os golpistas tentassem parar a luta contra a corrupção que estava a ser iniciada no Brasil", diz.

No início do mês, o marido de Ela, Manoel Volkmer de Castilho, foi exonerado do gabinete do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), após assinar um manifesto em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Teori é o relator da Operação Lava Jato, da qual o petista é alvo.

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