Brasil

Vice da Câmara teme falta de clima para votar pré-sal

O deputado Marco Maia (PT-RS) afirma que, mesmo assim, vão tentar retomar as votações na semana que vem

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), está confiante de que Dilma manterá o acordo sobre a divisão de royalties do pré-sal (Agência Petrobras)

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), está confiante de que Dilma manterá o acordo sobre a divisão de royalties do pré-sal (Agência Petrobras)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2010 às 17h25.

O vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), que conduzirá as votações no lugar de Michel Temer (PMDB-SP), eleito vice de Dilma Rousseff (PT), disse não saber se "vai ter clima" para retomar a discussão do pré-sal ainda este ano. A divisão dos royalties entre Estados e municípios e a destinação dos recursos do fundo social que será criado pelo governo são os itens mais importantes da votação.

"Existem dois temas que são prioridade, o Orçamento e o pré-sal. Com a eleição de Dilma, são pontos definidos, não haverá mudanças no projeto do governo. No caso do Orçamento, é obrigatório votar. O pré-sal, não sei se vai ter clima. Mas vamos tentar retomar as votações na semana que vem", disse Maia.

Na manhã de hoje, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), reiterou ter certeza de que Dilma manterá o acordo sobre a divisão de royalties do pré-sal, firmado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta defendida por Cabral veta a distribuição igualitária para todos - incluída nos projetos de lei pela emenda Ibsen - e defende o privilégio aos produtores.

"Vamos ter de ter uma solução específica para recompor o acordo. Não é apenas vetar (a lei, se aprovada com a divisão igualitária). Se vetar, voltamos ao porcentual atual e o porcentual com o modelo de partilha não é bom para o Rio de Janeiro. Já está acordada (a solução)", disse o governador.

"A partilha é um assunto superado. Já entendíamos que viria. A nossa luta é a perda da participação especial que nós teremos com a aprovação da partilha. Lutamos para que o porcentual do Rio de Janeiro saísse do atual para um maior, em royalties, para compensar a participação especial", explicou Cabral.

Presidência da Câmara

Michel Temer não vai renunciar à presidência da Câmara, mas se dedicará à transição do governo e deixará o dia a dia da Casa com Marco Maia. Ao mesmo tempo que conduzirá a retomada dos trabalhos legislativos, o petista tentará consolidar seu nome dentro do partido como candidato à sucessão de Temer no biênio 2011-2012.

Outros dois petistas estão na disputa: o líder do governo, Cândido Vaccarezza (SP), e o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (SP). O PMDB também insiste em ficar com o cargo, mesmo tendo eleito uma bancada menor que o PT. Em 3 de outubro, foram eleitos 88 deputados petistas e 79 peemedebistas.

"Vou dar início à minha campanha (para presidente da Câmara). Temos duas etapas: primeiro, decidir com os aliados se o PT presidirá nos dois primeiros ou dois últimos anos da legislatura. Entendo que devemos presidir nos próximos dois anos. Depois, iniciaremos o debate interno no partido", disse Maia.

Os três possíveis candidatos à sucessão de Temer representam correntes diferentes no PT. Maia é do grupo majoritário, Construindo um Novo Brasil, Chinaglia pertence ao Movimento PT e Vaccarezza integra o Novo Rumo. O PMDB tem um nome único para disputar a presidência da Casa, o atual líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN).

Acompanhe tudo sobre:CongressoEnergiaGoverno DilmaPetróleoPré-sal

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022