Câmara Municipal de São Paulo: Milton Leite, do DEM, tenta se eleger para o sexto mandato consecutivo e tem o maior recurso para campanha (Fernando Moraes/VEJA São Paulo/VEJA)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2016 às 08h03.
São Paulo - Os 49 vereadores que disputam a reeleição em São Paulo arrecadaram juntos quase metade do total declarado pelas 1.315 candidaturas à Câmara Municipal registradas no Tribunal Superior Eleitoral. São R$ 14,5 milhões, de uma soma de R$ 30,4 milhões.
Entre as dez campanhas mais caras estão a de sete parlamentares, de seis partidos diferentes. O campeão é Milton Leite (DEM), que tenta neste ano o sexto mandato consecutivo na capital com uma arrecadação de R$ 2,3 milhões.
Os recursos obtidos pelos vereadores ao longo da campanha superam a quantia declarada pelos dois primeiros colocados na disputa pela Prefeitura. João Doria (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) têm à sua disposição R$ 10,4 milhões - todos os dados foram levantados na quinta-feira, 29, pelo jornal O Estado de S. Paulo e ainda podem sofrer alterações.
Apesar do volume alto de recursos, os candidatos afirmam que estão trabalhando no limite. Mesmo Leite diz que não está sobrando dinheiro.
"Está osso. Minha campanha está 48% menor neste ano. Estou priorizando o pagamento dos meus funcionários. Tenho 1,7 mil nas ruas." O vereador teve 101 mil votos em 2012, sendo o quarto mais votado naquele ano.
Com a segunda campanha mais rica, Rodrigo Goulart (PSD), de 31 anos, é um potencial candidato a uma das 55 vagas oferecidas no Legislativo Municipal.
Estreante nas urnas, o veterinário herdou do pai Antonio Goulart (PSD-SP) - hoje deputado federal - não só o sobrenome, mas o apoio do partido.
O PSD repassou R$ 500 mil para a campanha, metade do total. "A família arcou com o restante. Fazemos isso pela paixão que temos pela política", disse o Goulart pai.
Coordenador de campanha da vereadora Edir Sales (PSD), que está em sétimo lugar no ranking, com orçamento declarado de R$ 534 mil, Benedito Ribeiro afirma que a candidata ao terceiro mandato na Câmara teve de escolher entre as despesas que poderia pagar.
"Priorizamos a compra de santinhos, o pagamento de cabos eleitorais e o envio de correspondências para a casa das pessoas com informações sobre o mandato dela. Queríamos ter feito mais, não deu", disse.
Na lista das 100 campanhas com mais verba, há 46 dos 49 parlamentares em busca da reeleição. Os únicos que ficaram de fora foram Adolfo Quintas (PSD), Noemi Nonato (PR), Jean Madeira (PRB) e Rodolfo Despachante (PHS), este último com a campanha mais pobre entre os parlamentares atuais: R$ 13 mil. Despachante é suplente de Laércio Benko, do mesmo partido, hoje secretário estadual de Turismo.
Mas a falta de dinheiro não tira o ânimo do candidato. "Campanha pobre é assim, vai no boca a boca", afirma. A única vantagem deste ano, segundo ele, é que, com a campanha mais curta e menos tempo de TV, os "poderosos" também têm aparecido menos.
A análise das informações prestadas ao TSE ainda mostra que candidatos famosos, como o filho da Gretchen, Thammy Miranda (PP), e o comentarista de futebol Chico Lang (PTN), conseguem reunir mais recursos. De acordo com a lista oficial, o primeiro arrecadou R$ 66,2 mil e o segundo, R$ 80,4 mil.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.