Marielle Franco: A vereadora, de 38 anos, tinha atuação pautada pela defesa de negros e pobres e denunciava a violência contra essa população. (Luna Costa/Marielle Franco/Facebook/Divulgação)
EFE
Publicado em 14 de março de 2018 às 22h52.
Última atualização em 15 de março de 2018 às 12h19.
Rio — A vereadora Marielle Franco, (PSOL-RJ) e que era uma severa crítica da intervenção do Exército na segurança pública do Rio de Janeiro, foi assassinada a tiros na noite de quarta-feira, no Estácio, na região central da cidade.
Marielle, uma conhecida ativista dos direitos humanos e que foi a quinta mais votada nas eleições de 2016, foi baleada quando transitava em seu veículo por uma rua da cidade após ter participado de um ato político.
No ataque também morreu o motorista do seu veículo, enquanto uma assessora da política, identificada como Fernanda Chaves, foi atingida por estilhaços.
A Polícia Civil do Rio informou que o ataque foi realizado por homens armados que estavam em outro veículo e que fizeram os disparos e fugiram sem roubar nada.
Embora os investigadores tenham admitido que não há indícios de se tratar de um assalto, até o momento o crime não foi qualificado como atentado político.
O ataque aconteceu um dia depois a vereadora voltar a criticar a intervenção na segurança do Rio de Janeiro em mensagem nas redes sociais.
"Outro homicídio de um jovem que pode entrar na conta da polícia. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos jovens precisarão morrer para que essa guerra aos pobres acabe", questionou Marielle.
A vereadora, que se caracterizou em sua carreira política pelo seu trabalho em defesa dos direitos humanos, especialmente das mulheres negras como ela, já tinha publicado outras mensagens questionando a violência da Polícia no estado.
A legisladora, uma socióloga de 38 anos, nascida no Complexo da Maré, uma das áreas mais violentas da cidade, era a relatora da comissão do Conselho criado para fiscalizar as operações policiais após o início da intervenção militar.
O assassinato de Marielle aconteceu quase um mês depois que o presidente Michel Temer, decretasse uma intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro para combater a onda de violência que afeta o estado.
"A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta", afirmou a direção do partido, através de um comunicado, pedindo uma investigação rigorosa das circunstâncias do crime.