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Vereador de SP recebe doação de assessor de gabinete

Um deles recebeu um cheque de 13 mil reais de seu motorista, que ganha 12 mil reais por mês, que doou dinheiro para ajudar o patrão na disputa


	Câmara Municipal de São Paulo: entre os candidatos que receberam doações de seus próprios funcionários estão políticos do PT, PSDB, DEM e PSD
 (Fernando Moraes/VEJA São Paulo)

Câmara Municipal de São Paulo: entre os candidatos que receberam doações de seus próprios funcionários estão políticos do PT, PSDB, DEM e PSD (Fernando Moraes/VEJA São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2012 às 09h48.

São Paulo - Vereadores de São Paulo receberam doações de funcionários de seus próprios gabinetes na Câmara Municipal para financiar suas campanhas à reeleição. O motorista de um parlamentar, que tem salário de R$ 12 mil por mês, entregou um cheque de R$ 13 mil para ajudar seu patrão na disputa.

Entre os candidatos que receberam recursos de funcionários comissionados estão políticos do DEM, do PSD, do PC do B, do PSDB e do PT. Seus assistentes, assessores legislativos, chefes de gabinete e motoristas, fizeram repasses em dinheiro e cheque ou prestaram serviços para as campanhas como voluntários - o que precisa ser declarado à Justiça Eleitoral como doação.

Dono da campanha mais cara entre os eleitos para a Câmara Municipal, com gastos declarados de R$ 3,4 milhões, o vereador Milton Leite (DEM) recebeu R$ 61 mil em doações de nove funcionários lotados em seu gabinete, na liderança de seu partido e na garagem da Casa.

Leite afirma que as doações feitas por integrantes de sua equipe foram espontâneas. "Meus funcionários têm todo o interesse em que eu ganhe a eleição", disse.

Um dos repasses foi feito por Pedro Luis dos Santos Frade, motorista de Leite há quatro anos, que recebe R$ 12,7 mil de salário. Segundo a prestação de contas entregue pelo vereador à Justiça Eleitoral, o funcionário fez uma doação de R$ 13 mil à campanha do parlamentar em 8 de agosto.


Segundo a Justiça Eleitoral, pessoas físicas podem doar até 10% de sua renda bruta no ano anterior à eleição. Cada vereador de São Paulo tem direito a contratar, sem concurso, até 18 funcionários para seus gabinetes, com verba máxima de R$ 106,4 mil por mês. O salário de cada parlamentar é de R$ 9.288.

O vereador Antonio Goulart (PSD) recebeu R$ 21 mil de três funcionários da Câmara para financiar sua campanha de R$ 853 mil. Seu chefe de gabinete, Reinaldo Tacconi, contribuiu com um cheque de R$ 10 mil. Outros dois assessores fizeram doações de R$ 7 mil e R$ 4 mil.

Netinho de Paula (PC do B), que se reelegeu com 50 mil votos em uma campanha de R$ 1,1 milhão, recebeu R$ 10 mil de sua chefe de gabinete e R$ 1.500 de um de seus assessores.

A campanha do vereador Claudinho (PSDB) teve contribuição financeira do assistente parlamentar Wilson Roberto Zago, que doou R$ 5 mil em espécie, segundo a prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral.

O vereador Antonio Donato (PT), que coordenou a campanha de Fernando Haddad para a Prefeitura e é cotado para ocupar uma secretaria no governo municipal, recebeu uma doação de R$ 2 mil de um de seus assessores.

Outros dois vereadores receberam ajuda de integrantes de seus gabinetes na Câmara durante a disputa. A campanha de Floriano Pesaro (PSDB) recebeu assistência jurídica de um assessor, com valor estimado em R$ 2,7 mil. Já um funcionário de Senival Moura (PT), compôs o jingle de sua campanha. O serviço foi contabilizado como uma doação de R$ 1 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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