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Venezuelanos no Brasil desejavam vitória de Gonzáles Urrutia e saída de Nicolás Maduro

País foi destino de milhões de pessoas que saíram do país vizinho desde 20218, com piora da crise econômica local

Sônia Mejía na entrada da embaixada da Venezuela durante votação para presidente (Valter Campanato/AFP)

Sônia Mejía na entrada da embaixada da Venezuela durante votação para presidente (Valter Campanato/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 29 de julho de 2024 às 07h54.

Centenas de venezuelanos se reuniram neste domingo, 28, em cidades brasileiras para apoiar Edmundo González Urrutia, candidato de oposição que enfrenta nas urnas o atual presidente, Nicolás Maduro, e os 25 anos de chavismo no poder na Venezuela.

O ex-diplomata é o favorito nas pesquisas para vencer as eleições deste domingo em um país que, sob o comando de Maduro, mergulhou em uma profunda crise econômica que forçou milhões de venezuelanos a buscar refúgio e trabalho em outras nações.

No Brasil, venezuelanos foram às ruas em 34 cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus, Boa Vista, Curitiba e Florianópolis.

As maiores concentrações aconteceram em São Paulo, onde as pessoas se reuniram em frente à estátua do herói venezuelano Francisco Miranda, na avenida Paulista, carregando bandeiras do país e faixas pedindo democracia e liberdade.

Mais do que um protesto, foi uma festa gigantesca com música e alegria por toda parte com as chances de vitória de Urrutia.

“Voltaremos para casa” e “Venezuela livre” eram as frases mais lidas nas faixas carregadas pelos venezuelanos, que também cantavam em coro o hino nacional e canções da terra natal em meio à emoção e à esperança.

Havia também faixas de apoio a María Corina Machado, que está impedida de concorrer à presidência do país, mas que está promovendo a candidatura de Urrutia.

Impedidos de votar

Mensagens semelhantes foram vistas no Rio de Janeiro, em manifestação em defesa da democracia que ocorreu na praia de Copacabana.

Em um encontro menor, os participantes também protestaram por não poderem votar em seu candidato devido à “recusa do regime autoritário de Nicolás Maduro”, já que a votação no país só era permitida na embaixada venezuelana em Brasília, disse à Agência EFE Wiliam Clavijo, organizador do evento no Rio.

“Os outros cinco consulados que estavam abertos no Brasil infelizmente estão fechados, e isso afetou a possibilidade de milhares dos mais de 500 mil venezuelanos que vivem aqui (no Brasil) votarem e exercerem o direito de expressão”, denunciou.

O Brasil é o país que recebeu o terceiro maior número de migrantes venezuelanos, e tem cerca de 560 mil vivendo atualmente no território nacional.

O número é cinco vezes menor do que o da vizinha Colômbia, onde vivem atualmente 2,87 milhões de migrantes venezuelanos.

Neste domingo, os venezuelanos votam em uma eleição tensa para decidir entre a continuidade do chavismo, que está no poder há 25 anos, ou a mudança prometida por uma oposição unida e esperançosa.

Maduro, de 61 anos, que é presidente desde 2013, busca um terceiro mandato de seis anos, em meio a uma crise econômica e humanitária aguda que reduziu o Produto Interno Bruto (PIB) em 80% e levou quase 8 milhões de pessoas ao êxodo.

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