Deputados: o deputado que mais usou a cota para telefone foi Carlos Sampaio (PSDB-SP), com gasto de R$ 29.801,72 (Agência Câmara/Divulgação)
Clara Cerioni
Publicado em 7 de setembro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 7 de setembro de 2019 às 08h00.
São Paulo — No primeiro semestre deste ano, os 513 deputados eleitos gastaram mais de 2 milhões de reais com serviços de telefonia. O valor inclui a linha da gabinete e celulares do parlamentar.
O dinheiro destinado para ligações faz parte da cota parlamentar. Cada deputado, contudo, recebe um valor diferente, porque se considera o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital do estado pelo qual ele foi eleito. Ao todo, neste ano, o valor total da cota é de cerca de 1 milhão.
O deputado que mais usou a cota para telefone foi Carlos Sampaio (PSDB-SP), com gasto de R$ 29.801,72. Em seguida, vem Henrique Fontana (PT-RS), que gastou R$ 24.688,26, e depois Luiza Erundina (PSOL-SP), que usou R$ 23.708,62.
Em nota à reportagem, Sampaio afirmou que "assumiu a liderança [do partido] em novembro do ano passado e, desde então, como regra, fica de segunda a sexta-feira em Brasília. Logo, os gastos com o uso de telefones em seu gabinete aumentaram nesse período".
Além disso, afirma que "sempre foi uma referência no cuidado com o dinheiro público, sendo o primeiro deputado paulista a devolver os 14º e 15º salários pagos aos parlamentares e um dos pouquíssimos a abrir mão do fundo eleitoral na última eleição. Isso, sem contar o fato do deputado, desde os primeiros anos de seu mandato, ter aberto mão de outros gastos comuns a centenas de parlamentares como o reembolso com hospedagem, alimentação e gasolina".
Na direção oposta, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) gastou apenas R$ 23,25. Marcos Aurélio Sampaio (MDB-PI) usou R$ 45,93 e Paes Landim (PTB-PI) gastou R$ 46,13.
Os dados estão disponíveis no portal da Transparência da Câmara dos Deputados e foi compilado pela plataforma Ranking dos Políticos.
De acordo com a legislação da Câmara dos Deputados, para reembolso das despesas telefônicas, o parlamentar deve entregar uma nota fiscal em até 90 dias de seu uso. No entanto, sua divulgação é restrita apenas à Lei de Acesso à Informação (LAI) "em razão da garantia do sigilo telefônico".
O valor gasto no primeiro semestre desta legislatura, no entanto, é 68% menor do que o registrado no início da legislatura de 2015, que foi de mais de 6 milhões de reais.
Na época, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, liderou a lista com R$ 69.784,63 usados para pagar contas de telefone.
Veja a seguir o ranking dos parlamentares