Lockdown em São Paulo: todo o estado deve entrar na fase roxa (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Carla Aranha
Publicado em 11 de março de 2021 às 11h59.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 09h02.
Depois de reuniões com o centro de contingência de coronavírus e conversas com prefeitos, o governo do estado de São Paulo decidiu entrar em uma fase mais restritiva. Os jogos de futebol e encontros religiosos serão suspensos. As restrições devem valer para todo o estado durante duas semanas e estão previstas para entrar em vigor na próxima segunda, dia 15.
As escolas estaduais permanecerão abertas somente para a realização de refeições dos alunos que precisam recorrer ao ambiente escolar para ter acesso à nutrição diária. Durante coletiva realizada nesta quinta, dia 11, o governador João Doria disse a recomendação é que as escolas privadas também parem de funcionar. Outra medida importante é o home office para atividades administrativas de órgãos públicos e empresas.
O governo determinou ainda um toque de recolher entre as 20h e 5h. Nesse horário, só poderão transitar pessoas que estiverem cumprindo atividades essenciais como ir e voltar do trabalho ou procurar atendimento médico emergencial.
Parques e praias devem permanecer fechados, assim como lojas de material de construção.
"Se essas regras não forem cumpridas, não vai ter leito para todo mundo", disse João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo. "Estamos no pior momento da pandemia e não temos vacinas para todos".
A taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no estado já passa de 87%. Em mais de 50 municípios, não há mais vagas -- 30 pessoas já morreram aguardando atendimento hospitalar. Em média, são 150 novos pacientes por dia que necessitam de internação em UTI. O número de solicitações de vagas em leitos de enfermaria e terapia intensiva bateu um recorde em São Paulo nesta quarta-feira: 2.690.
Ainda não se estuda a limitação na circulação de ônibus e do transporte público em geral em razão dos impactos sobre a economia, já que muitos funcionários de empresas ficariam impedidos de trabalhar.
Nas últimas 24 horas, o país registrou 2.286 mortes pela covid, um recorde desde o início da pandemia. O ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, já disse que a previsão é de 3.000 óbitos diários com a piora do cenário sanitário.
O Distrito Federal está à beira do colapso na saúde, com mais de 90% de taxa de ocupação nas UTIs e mais de 80% nos leitos de enfermaria. Outros estados, como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, vivem um cenário semelhante.