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Vazamento de gás causa problemas respiratórios no Guarujá

39 pessoas tiveram problemas respiratórios e irritação nos olhos por causa da fumaça de incêndio no terminal da Localfrio


	Incêndio no Guarujá: orientação da prefeitura é que as pessoas que moram em um raio de até 100 metros do local deixem suas casas
 (Reprodução/Facebook/Corpo de Bombeiros da PMESP)

Incêndio no Guarujá: orientação da prefeitura é que as pessoas que moram em um raio de até 100 metros do local deixem suas casas (Reprodução/Facebook/Corpo de Bombeiros da PMESP)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2016 às 20h31.

São Paulo - Trinta e nove pessoas procuraram os hospitais no município do Guarujá, na Baixada Santista nesta quinta-feira (14), com irritação nos olhos e problemas respiratórios, por causa da fumaça tóxica que atinge a cidade devido ao vazamento de gás em um terminal de cargas do Porto de Santos.

A orientação da prefeitura é que as pessoas que moram em um raio de até 100 metros do local deixem suas casas.

Por volta das 15h15, um incêndio tomou conta do terminal da Localfrio, que fica na margem esquerda do porto.

Segundo a empresa, o fogo surgiu a partir de reação química da água da chuva com o produto ácido dicloroisocianúrico, que entrou em combustão, propagando-se e atingindo outros contêineres.

A técnica em enfermagem Ana Lúcia Machado, de 52 anos, ficou presa em um congestionamento próximo ao local da fumaça durante cerca de duas horas.

“Ficamos muito nervosos. Tinha recém-nascido no ônibus, pessoas em cadeira de rodas. Coloquei um lenço na boca e só soltei quando cheguei em casa”, contou Ana Lúcia, que disse ainda sentir ardência nos olhos e na garganta.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que as manobras de entrada e saída de navios para o terminal de contêineres da Santos Brasil foram suspensas pela Capitania dos Portos de São Paulo.

A companhia destacou que a medida é preventiva e que a atividade será retomada quando a situação se normalizar. Os demais terminais do Porto de Santos operam normalmente.

De acordo com Rogério Machado, professor de Química e Meio Ambiente da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o ácido dicloroisocianúrico é usado para tratamento de água.

Para Machado, a combustão pelo contato com a água foi um “erro grosseiro”, pois o produto deveria estar absolutamente protegido do líquido em grandes quantidades.

Ele não descartou, entretanto,  que possa haver algum outro produto químico de alta combustão envolvido. "É uma incógnita, por enquanto", afirmou.

Machado explicou que o ácido dicloroisocianúrico é armazenado em estado sólido. O professor esclareceu que o produto, assim como qualquer outro à base de cloro, causa queimadura nas vias respiratórias e ataca olhos e pele.

Ele aponta que o maior perigo para o ser humano é a intoxicação pelo gás e, caso seja inalado em grande quantidade, pode até mesmo matar. 

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