OMS: diretor lembrou que há um trabalho com os estados brasileiros (Christopher Black/OMS/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de maio de 2020 às 13h45.
O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) foi questionado pelo repórter Jamil Chade durante entrevista coletiva virtual sobre a possibilidade de ajuda específica para Manaus, uma das cidades brasileiras mais afetadas pela pandemia de coronavírus.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, não falou especificamente sobre o caso da cidade, mas afirmou brevemente: "Estamos trabalhando com o governo do Brasil e continuaremos a fazer isso", comentando que isso ocorre, por exemplo, no nível técnico.
Diretor executivo do Programa de Emergências à Saúde da OMS, Michael Ryan lembrou em seguida que também existe um trabalho no nível dos Estados com o Brasil, que tem ocorrido em várias ocasiões, como no combate à febre amarela, e que continua a existir agora.
Falando que comentaria a questão de um ponto de vista mais geral a líder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria Van Kerkhove, disse que, mesmo diante da impossibilidade de membros da OMS de chegarem a certas regiões, por causa da pandemia, a entidade continua a prover apoio, com o uso de tecnologias para contatar autoridades de saúde.
Diretor-geral da OMS afirmou que já foram reportados mais de 3,5 milhões de casos de coronavírus à entidade, com quase 250 mil mortes. No início de uma entrevista coletiva da entidade, Ghebreyesus notou que em parte da Europa os casos têm diminuído, mas em outros ainda crescem, inclusive nas Américas.
"Embora o número de casos da covid-19 reportados pela Europa Ocidental esteja declinando, mais casos têm sido reportados a cada dia no Leste Europeu, na África, no Sudeste Asiático, no leste do Mediterrâneo e nas Américas", afirmou Ghebreyesus.
Em suas declarações iniciais, o diretor-geral da OMS informou que a entidade, aliada a outras, como o Unicef, publicam hoje diretrizes para os países sobre como manter a saúde comunitária, mesmo em um contexto de combate à pandemia. Ele também alertou para o risco de que uma crise como atual acentue desigualdades. "Precisamos lidar com isso agora e no mais longo prazo, ao priorizar aqueles em mais risco", defendeu, dizendo que "isso não apenas é o certo a se fazer, é o mais esperto".
Além disso, Ghebreyesus voltou a insistir na importância de que os países continuem a rastrear os casos de novo coronavírus, a isolar, testar e tratar os doentes confirmados.