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Vale será multada por novo vazamento de rejeitos em Minas Gerais

A mineradora também deverá apresentar, na próxima semana, um cronograma detalhado das ações de limpeza e remediação da área

Vale: o problema ocorreu no último domingo (12), na conexão de um duto em Ouro Preto, em área próxima ao município de Itabirito (Pilar Olivares/Reuters/Reuters)

Vale: o problema ocorreu no último domingo (12), na conexão de um duto em Ouro Preto, em área próxima ao município de Itabirito (Pilar Olivares/Reuters/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de março de 2017 às 19h36.

A mineradora Vale receberá multa da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) devido a um vazamento de rejeitos que contaminou rios e córregos da região central do estado.

O problema ocorreu no último domingo (12), na conexão de um duto em Ouro Preto, em área próxima ao município de Itabirito.

O valor da multa ainda será calculado. A Vale também deverá apresentar, na próxima semana, um cronograma detalhado das ações de limpeza e remediação da área.

Os rejeitos atingiram os córregos da Prata e das Almas, o ribeirão Mata-Porco, o rio Itabirito e o rio das Velhas. A Semad destaca que houve aumento da turbidez nos mananciais afetados e os danos ambientais ainda estão sendo avaliados.

No entanto, o órgão garantiu que não há risco para o consumo de água na região.

Mudança de cor

O problema foi diagnosticado por gestores de Itabirito, a partir da mudança da cor do rio Itabirito.

"Nós temos um grupo de monitoramento e um integrante voluntário notou a turbidez da água na noite de domingo. No dia seguinte, enviamos fiscais para investigar as causas e eles encontraram a adutora onde houve o vazamento. Já havia funcionários da empresa realizando os reparos", disse o secretário de Meio Ambiente de Itabirito, Antônio Marcos Generoso.

Ele informou que a mineradora só lhe relatou o problema na segunda-feira (13).

Segundo Generoso, não houve interrupções no abastecimento de água potável em Itabirito porque a captação é feita em córregos que não foram atingidos. Também não foram observadas mortes de peixes.

O secretário manifestou contudo preocupação com o assoreamento dos mananciais e reservatórios da região e citou o exemplo de uma pequena central hidrelétrica que foi atingida pelo vazamento.

A central se situa próxima ao bairro São Geraldo, onde uma comunidade de baixa renda enfrenta alagamentos quando há chuva forte. A usina, que já reduziu sua capacidade devido ao assoreamento, atende apenas a uma indústria de tecidos.

Segundo a Vale, o incidente foi de baixa magnitude. Em nota, a mineradora informou que o duto é parte da estrutura da mina de Fábrica, em Congonhas, e que o problema foi identificado na última segunda-feira (13).

"O vazamento foi contido de imediato e os esclarecimentos aos órgãos ambientais foram prestados no mesmo dia. Todas as ações para mitigação já foram adotadas e as causas do evento estão sendo apuradas", informou.

Próximo a Mariana

A mina de Fábrica fica apenas a 53 quilômetros em linha reta do local onde ocorreu a tragédia de Mariana (MG) em novembro de 2015, quando houve o rompimento da barragem de Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A, empresa controlada pela Vale e pela BHP Billiton.

Dezenove pessoas morreram no desastre e comunidades foram destruídas, com devastação de vegetação nativa e poluição da bacia do Rio Doce.

O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país.

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