Rompimento da barragem, em Minas Gerais, foi o pior desastre ambiental do país (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 3 de outubro de 2018 às 08h33.
Última atualização em 3 de outubro de 2018 às 09h50.
São Paulo/Rio de Janeiro - Procuradores do Ministério Público do Estado de Minas Gerais anunciaram na noite de terça-feira que fecharam um acordo final de indenização com as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton sobre o rompimento de uma barragem em 2015 no município mineiro de Mariana.
De acordo com os procuradores, o acordo viabilizará o pagamento de indenizações aos familiares das 19 pessoas que morreram na tragédia, assim como para as pessoas que perderam suas casas e outras propriedades no pior desastre ambiental da história do país, que poluiu o rio Doce até o mar capixaba.
Não foram divulgados os detalhes financeiros do acordo.
Em nota, a Samarco afirmou que "reforça o seu compromisso com as comunidades impactadas" e ressaltou que "já foram gastos, até agosto de 2018, 4,4 bilhões de reais com as ações de reparação e compensação".
O procurador que lidera os trabalhos do Ministério Público vai conceder uma entrevista coletiva nesta quarta-feira para discutir o acordo.
"O acordo atende pedido dos atingidos de Mariana/MG, que não concordavam com os termos de indenização aplicados no restante da bacia do Rio Doce pelas empresas", disse o Ministério Público em nota.
Um outro acordo, assinado em 25 de junho entre a Samarco, suas acionistas e as autoridades, extinguiu uma ação de 20 bilhões de reais movida contra as companhias.
Enquanto as empresas acertam as reparações, a Samarco se movimenta para retomar as atividades na mineradora.
Na semana passada, a Samarco informou que começaria nesta semana as obras de preparação da Cava Alegria Sul, no Complexo de Germano, situado em Mariana e Ouro Preto, no que seria um primeiro passo no processo para a companhia voltar a operar no futuro.
Essas obras permitirão que a Samarco implemente um novo sistema de disposição de rejeitos, uma alternativa a barragens como a que se rompeu em Mariana há três anos.
A previsão da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP Billiton, é de que as intervenções na cava durem cerca de dez meses, envolvendo, no pico das obras, cerca de 750 empregados diretos e indiretos.
Em agosto, um representante da BHP disse ver pouca probabilidade de a mineradora retomar as operações no próximo ano, embora espere obter todas licenças exigidas.
Não foi possível obter um comentário imediato da Vale e da BHP.