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Vale Cultura movimenta R$ 13,7 milhões em vendas

Os cartões já foram distribuídos a 215.600 trabalhadores de todas as regiões do Brasil que recebem até cinco salários mínimos


	Livros: R$ 12 milhões foram utilizados para comprar livros e revistas
 (inner_vision/Flickr)

Livros: R$ 12 milhões foram utilizados para comprar livros e revistas (inner_vision/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2014 às 15h01.

São Paulo - Após seis meses de sua instituição, os cartões do Vale Cultura já foram distribuídos a 215.600 trabalhadores de todas as regiões do Brasil que recebem até cinco salários mínimos - R$ 3.620.

Ao todo, R$ 13,7 milhões já foram consumidos por meio do vale - e, desse valor, R$ 12 milhões foram utilizados para comprar livros, jornais, revistas e artigos de papelaria.

Os dados serão divulgados nesta segunda-feira, 07, pela Ministra da Cultura Marta Suplicy, em evento na Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP, em São Bernardo do Campo.

"Há um consumo muito maior de livros e revistas. O setor saiu muito na frente do cinema e do teatro. Quando começamos a falar do Vale Cultura, as editoras e a Livraria Saraiva já começaram a se preparar. E foram mesmo beneficiados", diz a ministra em conversa com a reportagem.

Em segundo lugar, aparece o setor cinematográfico, com R$ 1,2 milhão consumido, equivalente a 9,2% do total. Em seguida, com 1,3% e R$ 180 mil consumidos, está o comércio varejista de instrumentos musicais e acessórios.

O setor musical, de venda de discos, CDs, DVDs e fitas, aparece em quarto lugar, com R$ 90,6 mil e 0,66%. "Os cinemas agora estão mais ágeis. Cadeias como o Cinemark e Kinoplex já entraram", diz Marta.

O teatro ficou em quinto lugar, com R$ 52,6 mil e 0.38% do total consumido. "O teatro, um dos setores que mais reivindicava vale, é o que está mais lento no processo. Muitos teatros não vendem ingressos por cartão e ainda não se apoderaram do benefício. Talvez estejam esperando o sistema ter mais musculatura. Se pensarmos em espetáculos mais caros, como um Rei Leão, é possível que reservem uma quinta-feira para o Vale Cultura, por exemplo."

Marta aponta um dado que considera interessante quando levado em conta o fato de que em um ano, um trabalhador recebe, por meio do VC, R$ 600.

"Com isso, neste período, pode-se consumir 40 sessões de cinema ou 35 peças de teatro, 28 livros, 50 entradas em eventos de arte e 12 shows musicais. É bastante. Isso muda a vida de uma pessoa. É uma qualificação extraordinária, além de ser lazer."

Outro ponto a ser ressaltado é que, sendo cumulativo, o VC pode também ser utilizado para pagar cursos e comprar produtos mais caros. "Os beneficiados estão comprando instrumentos musicais. Daqui a pouco vão fazer cursos de música, de artes, etc. E vão investir em educação."

Os dados atuais revelam ainda a proporção da distribuição demográfica do Vale Cultura. Entre as regiões brasileiras, o número de cartões distribuídos se mantém superior no Sudeste, com 65%, seguido pelo Nordeste e Sul, que empatam com 11%.

"É muito positivo haver equilíbrio no Sul e no Nordeste. Isso não ocorre, por exemplo, com a Lei Rouanet, em que Sudeste e o Sul estão muito além."

Por outro lado, Norte e Centro-Oeste têm apenas 7% e 5% da fatia, respectivamente. Para elevar a presença do benefício e a adesão das empresas, Marta avalia que é preciso um trabalho de convencimento.

"Já estamos mais fortes do que o Vale Alimentação, quando foi lançado. E este era lei. Mas para realmente conseguirmos um incremento, é preciso colocar o benefício nos acordos de trabalho coletivos", analisa.

É por isso que o encontro de Marta com os representantes dos sindicatos de Metalúrgicos é estratégico. "Com os bancários foi assim. Falei com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), com o sindicato da classe e eles, no acordo de aumento salarial, colocaram o Vale Cultura no pacote da negociação", conta Marta.

"Para esta reunião de hoje (com Valmir Marques da Silva, presidente da FEM-CUT/SP e Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) estariam presentes inicialmente apenas os relações públicas dos sindicatos. Mas quando os trabalhadores souberam que o Vale Cultura estaria em pauta, o número de presenças confirmadas aumentou enormemente. Os membros de sindicatos que estarão por lá representam cerca de 215 mil trabalhadores. Ou seja, os metalúrgicos descobriram o vale. E isso é muito importante."

Crescimento

Segundo a ministra, mesmo sem a participação dos metalúrgicos, já havia a previsão de aumento nos números do Vale Cultura no próximo semestre, pois já estão cadastrados no benefício 712.541 trabalhadores. Destes, somente 215 mil já têm o cartão.

"As operadoras ainda estão demorando para mandar. E as empresas também estão demorando para distribuir o cartão. É preciso agilizar o processo. Mas, veja. Se 200 mil gastaram R$ 13 milhões, imagine o que quase um milhão de pessoas vão consumir. O Vale Cultura mexe em toda a cadeia produtiva cultural. E a cultura tem impacto enorme na economia. Ainda não se foca muito nisso, mas o Vale Cultura tem potencial para atingir 5,1 milhões de empresas do País e beneficiar até 42 milhões de trabalhadores. Isso pode injetar na economia R$ 25 bilhões ao ano." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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