Metrô de SP: categoria irá discutir uma nova paralisação nas próximas assembleias (BRUNO ROCHA/Estadão Conteúdo)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 14 de agosto de 2023 às 21h48.
Última atualização em 14 de agosto de 2023 às 21h57.
O sindicato dos metroviários de São Paulo decidiu na noite desta segunda-feira, 14, suspender a greve que estava programada para terça-feira, 15. A categoria votou contra a paralisação em assembleia na sede da entidade, no Tatuapé.
Na reunião, os metroviários definiram que vão discutir uma nova greve em conjunto com outras categorias, em outubro. A diretoria do sindicato defendeu que, com mais tempo, será possível engajar os metroviários para uma paralisação com mais força.
Com a decisão, as linhas 1, 2 e 3 do Metrô vão funcionar normalmente. Antes da deliberação do sindicado, o Metrô entrou na Justiça do Trabalho e conseguiu uma decisão favorável que obrigava a categoria a manter 70% dos serviços nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 30% nos demais períodos, sob pena de multa de R$ 100 mil a ser paga pelo Sindicato dos Metroviários.
A discussão por uma greve no Metrô é um protesto da categoria contra a suposta decisão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de terceirizar a manutenção da Linha 15 do Monotrilho e privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM.
“Tarcísio quer entregar a manutenção da Linha 15 para empresários. Isso é uma aventura, uma irresponsabilidade! Um serviço tão importante não pode ficar nas mãos de empresas que só visam o lucro. Se isso se concretizar, a segurança dos passageiros e funcionários estará em risco! Não podemos permitir! Mas a aventura de Tarcísio é ainda maior e ele quer precarizar os serviços com a entrega de todas das linhas do Metrô e da CPTM. A privatização das Linhas 8 e 9 já mostrou que só os empresários ganharam. Os passageiros são prejudicados constantemente, com atrasos, falhas e graves acidentes”, afirma a nota publicada no site do sindicato.
No ato de convocação da greve, os metroviários informaram que aceitariam trabalhar normalmente, desde que que as catracas sejam liberadas para que os passageiros usem o transporte sem pagar.
Desde junho, os metroviários realizam publicações para pressionar a gestão estadual a rever o plano de concessões de linhas do Metrô.
Em janeiro, logo após a posse, Tarcísio afirmou que tinha planos para privatização das linhas do Metrô. Os estudos de viabilidade da concessão das linhas 1, 2 e 3 para a iniciativa privada devem ser anunciados nos próximos meses.
Em abril, o governador autorizou estudos de concessão das linhas 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM, além da futura linha 14-Ônix.