Trem da CPTM (Divulgação)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 25 de março de 2025 às 08h16.
Última atualização em 25 de março de 2025 às 16h23.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (STEFZCB) realiza nesta terça-feira, 25, uma assembleia para organizar a greve marcada para a próxima quarta-feira, 26.
A paralisação é uma resposta ao leilão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), previsto para o dia 28 de março na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Em comunicado publicado nas redes sociais, o STEFZCB informa que a assembleia geral de greve ocorrerá às 20h na subsede do sindicato no bairro do Brás.
“Teremos uma greve para fortalecer nossa resistência e pressionar o governo a recuar dessa proposta de privatização. A greve é um instrumento legítimo de luta”, afirma o texto.
A categoria também foi convocada pelo sindicato para participar de uma manifestação contra o leilão na sede da B3, a Bolsa de Valores, às 9h, desta terça-feira. Hoje, as empresas interessadas no certame realizam a entrega dos envelopes.
“A B3 é um símbolo do sistema que prioriza o lucro em detrimento dos direitos da população. Vamos mostrar que não vamos nos calar diante dessa ameaça”, afirmou o sindicato.
Segundo o sindicato, a greve terá início à 0h da próxima quarta-feira, 26, e vai atingir apenas os trechos operados por funcionários ligados ao STEFZCB. A paralisação deve interromper os serviços das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, que compõem o chamado “Lote Alto Tietê”.
A entidade sindical afirmou que a greve não será encerrada caso ocorram demissões, e só será suspensa com garantia formal do cancelamento do leilão.
“Greve até o cancelamento do leilão: só paramos com garantia por escrito de Tarcísio Freitas de que o leilão foi cancelado”, afirmou o sindicato em nota.
O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, que representa os trabalhadores da linha 7-Rubi — já concedida à iniciativa privada, mas ainda em fase de transição — e da linha 10-Turquesa, que deve ir a leilão até o fim do ano, afirma que apoia o movimento, mas não terá movimento grevista.
A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) estima que a concessão à iniciativa privada resultará em R$ 14,3 bilhões em investimentos nas três linhas ao longo dos 25 anos de contrato. O leilão deve aproximar o estado de ter todas as linhas da CPTM concedidas à iniciativa privada. Ferroviários, movimentos sociais e parte da oposição ao governo estadual apontam risco de precarização dos serviços e perda de postos de trabalho.