Vacinas: segundo a Fiocruz, o imunizante será transportado até Bio-Manguinhos em caixas, acondicionadas em contêineres com controle de temperatura (Anthony Devlin/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 10h53.
Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 11h35.
As vacinas contra a covid-19 que devem chegar da Índia nesta sexta-feira, 22, serão distribuídas aos Estados a partir da tarde de sábado, 23. Antes disso, elas vão passar por um processo de checagem de qualidade e segurança em Bio-Manguinhos, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As 2 milhões de doses são do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca, fabricadas pelo Instituto Serum, da Índia. De acordo com o Ministério da Saúde, elas têm previsão de chegada às 17h40 desta sexta-feira, no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos na Grande São Paulo. De lá seguirão em outra aeronave para o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio, após trâmites alfandegários.
Segundo a Fiocruz, o imunizante será transportado até Bio-Manguinhos em caixas, acondicionadas em contêineres com controle de temperatura, que permanecerá entre 2 e 8ºC. As vacinas também passarão por um processo de rotulagem e etiquetagem com informações em português, o que está previsto para ocorrer durante a madrugada desta sexta-feira e na manhã de sábado. "Será realizado por equipes treinadas em boas práticas de produção", informou a fundação. A distribuição das doses será de responsabilidade do Ministério da Saúde.
A remessa era esperada pelo governo para a última sexta-feira, 15, mas atrasou. Um avião chegou a ser enviado para buscar o material, mas parou em Recife antes de cruzar o Atlântico, diante da falta de confirmação.
O Brasil também espera o envio de insumos da China para produzir a vacina no País, cuja produção está atrasada. Segundo a embaixada chinesa, serão feitos os "máximos esforços" para conseguir avanços no envio "sob a premissa de garantir saúde e segurança". A matéria-prima é necessária para a produção das vacinas da Fiocruz e do Instituto Butantan.
Com o atraso, a Fiocruz adiou de fevereiro para março a previsão de entrega das primeiras doses da vacina Oxford/AstraZeneca que serão produzidas no Brasil. A mudança deve dificultar ainda mais a execução do plano nacional de imunização contra a covid-19, que já sofre com incertezas quanto à importação dos insumos para a produção da Coronavac.
Na quarta-feira, 20, o Butantan afirmou ter praticamente esgotado a quantidade de insumos para fabricar a vacina Coronavac no Brasil. O órgão ligado ao governo paulista distribuiu o 1º lote, com seis milhões de doses, para começar a imunização no País. Além disso, tem condições de entregar mais 4 8 milhões de unidades. Depois, depende da matéria-prima chinesa para garantir novas remessas.
Como noticiou o Estadão, o Brasil corre o risco de ter uma parada na vacinação. Mais de um mês após assinar um memorando de entendimento para comprar vacinas da Pfizer, o governo federal ainda não fechou um acordo com a farmacêutica. O mesmo ocorre com outras empresas, como a Janssen, o Instituto Gamaleya (que desenvolve a Sputnik V) e a indiana Bharat Biotech.
O País conta com as 6 milhões de unidades da Coronavac aprovadas enquanto a Anvisa avalia a liberação de outras 4,8 milhões, além das 2 milhões de vacinas de Oxford/AstraZeneca, importadas da Índia. Elas são suficientes para imunizar cerca de 6 milhões de pessoas, pois é necessária a aplicação de duas doses.